Efeitos da sericina do bicho-da-seda (Bombyx mori) sobre os fenótipos nucleares e na reparação da lesão ulcerativa em células do epitélio corneal de ratos diabéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bueno, Karina Eliana Herencia [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150248
Resumo: A córnea de pacientes diabéticos pode desenvolver defeitos epiteliais que comprometem a visão e causam dor. Os efeitos do diabetes sobre algumas características das células epiteliais corneais, notadamente os fenótipos nucleares, são ainda desconhecidos. A sericina é um polímero extraído do casulo do bicho-da- seda, que, aparentemente, promove reparação corneal em ratos. Com esta pesquisa estudou-se a produção lacrimal, o limiar de sensibilidade corneal (Cochet-Bonnet) e a pressão dos olhos de ratos com três semanas de diabetes induzido por aloxana (glicemia sérica ≥ 400 mg/dL). Os efeitos da instilação diária (a cada 6 horas, por quatro dias) de sericina 10% sobre a cinética de reepitelização de córneas cauterizadas (com álcali), em ratos diabéticos, foram estudados e comparados aos efeitos de placebo (solução salina balanceada) e de soro equino (uma opção terapêutica vigente). A pesquisa traz, também, informações sobre o tamanho dos núcleos (área e perímetro), o estado de compactação e a textura da cromatina, o conteúdo de DNA (ploidia) e a distribuição das regiões organizadoras de nucléolos impregnadas por íons prata (AgNORs) em células epiteliais corneais de ratos diabéticos (hiperglicêmicos) e de não diabéticos (normoglicêmicos). Os núcleos das células que reepitelizaram as córneas cauterizadas, após tratamento com sericina 10%, solução salina balanceada ou soro, foram avaliados. Os resultados mostraram que os olhos dos ratos diabéticos diferiram dos de não diabéticos quanto ao limiar de sensibilidade corneal ao toque (2,07 ± 0,52 cm nas córneas de diabéticos vs. 4,00 ± 0,56 cm nas de não diabéticos; p = 0,01). Relativamente à cinética de reepitelização, os tempos de fechamento das úlceras foram de 30 horas para as córneas tratadas com sericina 10% ou com soro e de 36 horas para as que receberam solução salina balanceada. Os núcleos das células epiteliais das córneas dos diabéticos, exceto em amostras que receberam sericina 10%, apresentaram cromatina compactada, em comparação aos núcleos das células do epitélio corneal dos ratos não diabéticos. Núcleos com tendência à tetraploidia só não foram observados no epitélio corneal dos ratos não diabéticos. Todos os epitélios apresentaram frequências reduzidas de núcleos sub-diploides. As córneas dos ratos diabéticos apresentaram núcleos com frações reduzidas de áreas AgNOR positivas. Em conclusão, o diabetes alterou a supra-organização cromatínica e a ploidia em células epiteliais corneais em ratos diabéticos aloxênicos com três semanas de hiperglicemia. A sericina 10%, aparentemente, reduz ou inibe estímulos que alteram a funcionalidade da cromatina das células epiteliais corneais em ratos diabéticos. Ademais, mostrou-se tão efetiva quanto o soro na promoção da reepitelização corneal.