Organização estrutural da cromatina em células epiteliais da conjuntiva palpebral de cães com ceratoconjuntivite seca, antes e após tratamento local com ciclosporina A

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Daniela Moura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154317
Resumo: Alterações na organização estrutural da cromatina estão sendo associadas ao desenvolvimento e à fisiopatologia de diversas afecções oftálmicas. Com o advento da epigenética, emergiu o conceito de que parte dessas alterações pode ser revertida por fármacos. Visando-se avaliar a organização estrutural da cromatina em células da conjuntiva palpebral de cães com ceratoconjuntivite seca (CCS), antes e após tratamento com pomada de ciclosporina A (CsA) 0,2%, a presente pesquisa foi dividida em duas fases. Na fase I estudaram-se núcleos de células epiteliais e de linfócitos colhidos da conjuntiva palpebral de cães com e sem CCS. Foram incluídos na pesquisa 64 olhos de 32 cães domésticos, distribuídos em dois grupos: grupo controle, composto por 16 cães saudáveis (32 olhos, valores de Schirmer ≥ 15 mm/min); grupo CCS, abrangendo 16 cães (32 olhos, valores de Schirmer ≤ 10 mm/min) com CCS bilateral nunca antes tratados com imunomoduladores, sem oftalmopatias concorrentes e livres de alterações sistêmicas. As células foram colhidas por citologia esfoliativa e coradas pela reação de Feulgen. Os seguintes parâmetros foram estudados por vídeo-análise de imagens: área nuclear, perímetro nuclear, fator de circularidade relativa do núcleo (RNRF), densidade óptica integrada (IOD = conteúdo de DNA), densidade óptica (OD = compactação de cromatina); e desvio padrão de valores densitométricos (SDtd = textura de cromatina). Os resultados mostraram que a CCS enseja alterações nos parâmetros nucleares das células epiteliais e dos linfócitos da conjuntiva palpebral. Comparativamente aos controles, as células epiteliais foram mais afetadas pela CCS (alterações em área, perímetro, RNRF, IOD, e OD) do que os linfócitos (alterações em OD, apenas). Tanto as células epiteliais quanto os linfócitos do grupo CCS apresentaram cromatina mais descompactada do que as células do grupo controle. Padrões aberrantes de cromatina, como a "snake-like-chromatin", comumente vistos em pacientes humanos, não foram detectados. Na fase II estudou-se se as alterações nucleares detectadas na fase I regrediriam após tratamento local com pomada de CsA 0,2% a intervalos regulares de 12 horas e lacrimomimético a base de ácido poliacrílico 0,2%, instilado localmente a cada 4 horas. O mesmo grupo controle composto por cães hígidos foi adotado e as células também foram colhidas por citologia esfoliativa aos 30 e 60 dias de tratamento. As preparações citológicas foram coradas pela reação de Feulgen ou submetidas ao bandamento AgNOR. Estudaram-se parâmetros de video-análise de imagens relacionados com a funcionalidade da cromatina, notadamente a fração de área nuclear coberta pela cromatina mais condensada (Sc%), a taxa média de absorbância (AAR), e a entropia. Após bandamento AgNOR, estudaram-se os tamanhos das regiões organizadores de nucléolo e as frações de áreas nucleares ocupadas por elas. Os resultados mostraram que o tratamento com CsA e lacrimomimético (30/60 dias) enseja remodelação cromatínica e desfaz parcialmente as alterações associadas à CCS.