Avaliação do custo real da utilização dos Equipamentos de Proteção Individual durante a pandemia da Covid-19 na perspectiva de um hospital público terciário.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Novo, Mariana Andrades Fiorini Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/237920
Resumo: Introdução: a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da doença desencadeada pelo coronavírus (Covid-19), tem impactado o trabalho dos profissionais da saúde, os quais têm enfrentado os árduos atendimentos aos pacientes acometidos além do combate à propagação desse vírus. Os equipamentos de proteção individual (EPIs) são empregados para reduzir o risco de contaminação por fatores e/ou objetos infectados por germes, e são essenciais para a proteção tanto do profissional de saúde como do paciente. No cenário atual dessa pandemia, é notório o crescente uso desses EPIs por todos os serviços de saúde. Objetivo: realizar uma avaliação do custo real dos EPIs utilizados pelos profissionais de saúde no contexto da pandemia da Covid-19 na perspectiva de um hospital público terciário. Metodologia: trata-se de um estudo de identificação de custos em saúde, no qual utilizou-se a metodologia de microcusteio e a identificação dos componentes de custo deu-se de baixo para cima. A perspectiva foi a do pagador, do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). Foram considerados dois cenários: o uso dos EPIs um ano anterior ao início da pandemia da Covid-19, e comparador foi o uso dos EPIs no ano de 2021. Foram identificados para os custos os seguintes EPIs: avental descartável, luvas de procedimento e estéreis, máscaras cirúrgicas e N95, gorro descartável e óculos de proteção. A mensuração da utilização dos EPIs deu-se a partir da rotina de serviço de cada setor estudado (enfermarias, prontos socorros, UTIs, unidades e isolamentos), do número de pacientes internados, bem como a mediana dos dias de hospitalização dos pacientes por setor de internação. A partir da quantidade de pacientes, mediana de dias de hospitalização, local de internação, quantidade de EPIs usados por paciente, custo unitário de cada EPI, foram estimados os custos com EPIs por cenário, por ano. No cenário da Covid-19 foram computadas uma máscara N95 por mês, por profissional de saúde atuante no HCFMB. Para análises das incertezas durante a pandemia foram usadas as seguintes variáveis: frequência de adesão do profissional ao uso dos EPIs, intervalo interquartil (ITQ) da mediana de dias de internação e variação do custo individual de cada EPI (2020 versus 2021). Resultados: O total de pacientes internados no ano de 2019 no HCFMB foi de 29.416, e o período mediano de internação foi de 4 (ITQ 2 a 7). Já no ano de 2021 foram hospitalizados 26.618 indivíduos, com mediana de dias de internação de 6 (ITQ: 2 a 8). Considerando uma adesão de 100% de adesão ao uso dos EPIs pelos profissionais de saúde, o custo total estimado pelo HCFMB em EPIs no anterior a pandemia da Covid-19 foi de R$ 2.976.296,80, e por paciente foi de R$ 101,18. Durante a pandemia o custo total estimado foi de R$ 5.847.742,18 e por paciente de R$ 219,69. Na análise das incertezas durante a pandemia, a variável que mais influenciou no custo total e por paciente foi o custo individual dos EPIs, comparando o preço em 2021 com o preço em 2020 (R$ 5.847.742,18 versus R$ 15.222.480,80 de custo total). Conclusão: A diferença de custos entre os anos de 2019 e 2021 foi de R$ 2.871.445,38 no custo total e de R$ 118,5 no custo por paciente. Nas análises de incertezas, o custo por EPI no início da pandemia (2020) comparado ao custo em 2021 foi o que mais influenciou na estimativa de custo total, seguido pela mediana de dias de internação.