Relação entre o diagnóstico citológico pré-operatório e a evolução em pacientes com carcinoma diferenciado de tireoide: um estudo retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Colenci, Renato [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204137
Resumo: Introdução: A análise citológica dos nódulos tireoidianos com o uso da classificação de Bethesda é o método padrão para o diagnóstico do carcinoma diferenciado da tireoide (CDT). Todavia, mesmo para nódulos com diagnósticos citológicos não malignos, existe um risco de até 40% de câncer na avaliação anatomopatológica. Existem dúvidas se essa falta de assertividade influenciaria no prognóstico dos pacientes. Objetivo: Comparar pacientes com CDT, classificados de acordo com o diagnóstico citológico pré-operatório, quanto à evolução. Método: Estudo retrospectivo realizado com 108 pacientes com CDT submetidos à tireoidectomia total (TT) associada à radioiodoterapia (RIT), entre 2009 e 2015, agrupados de acordo os diagnósticos citológicos pré-operatórios (classificação de Bethesda) em três grupos: classes citológicas I/II, III/IV e V/VI. Os grupos foram comparados quanto à evolução em 1 ano após o tratamento inicial e na última avaliação, considerando-se a resposta à terapia, bem como quanto ao tempo livre de doença. Também foram avaliadas características clínico-laboratoriais, terapêuticas como anatomopatológicas. As análises estatísticas utilizadas foram a ANOVA, qui-quadrado, curvas de Kaplan-Meier e análise de regressão logística multivariada, com p< 0,05 como significante. Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo feminino (87%), com idade e tempo de seguimento médios [±desvio padrão (DP)] de 49,62 ± 15,6 anos e 49,06 ± 16,7 meses, respectivamente. Tratavam-se de 69 casos classes V/VI (63,9%), 25 classes III/IV (23,1%) e 14 classes I/II (13%). A TT em 1 tempo foi realizada em 98,5% das classes V/VI, 60% das III/IV e 57,1% das I/II (p< 0,0001) e o esvaziamento cervical em 72,4% das classes V/VI, 28% das III e IV e 28,5% das I/II (p< 0,0001). Os grupos não diferiram quanto ao status livre de doença em 1 ano (classes I/II: 64,2%; classes III/IV: 72%; classes V/VI: 55%; p= 0,3155) ou na última avaliação (classes I/II: 71,4%; classes III/IV: 60%; classes V/VI: 66,6%; p= 0,7433), bem como quanto ao tempo livre de doença (em meses; classes I/II: 34,57 ± 25,82; classes III/IV: 38,04 ± 26,66; classes V/VI: 30,84 ± 26,34; p= 0,3841). Os grupos diferiram quanto ao tempo entre a punção do nódulo e a TT [em meses; V/VI (2,35 ± 2,48)< III/IV (7,32 ± 6,34)< I/II (13,36 ± 8,9); p< 0,0001] e quanto à concentração da 1ª tireoglobulina estimulada pós-operatória [em ng/mL; V/VI (36,25 ± 88,53)= I/II (34,99±93,5)> III/IV (3,44 ± 3,13); p< 0,0001]. O risco de recorrência associou-se com o status da doença em 1 ano [odds ratio (OR)= 0,32; 95%IC: 0,171 – 0,599; p<0,001]. A resposta excelente em 1 ano (OR= 15,179; 95% IC: 5,408 - 42,605; p< 0,001) associou-se com o status livre de doença na última avaliação. Não houve diferença entre os grupos quanto aos demais parâmetros avaliados. Conclusão: Os pacientes com CDT, classificados de acordo com diferentes diagnósticos citológicos pré-operatórios, não diferiram quanto à evolução. Apesar dos pacientes com citologias não indicativas de malignidade terem sido submetidos à TT mais tardiamente e com diferentes abordagens cirúrgicas, isso não interferiu no desfecho dos casos.