Toxoplasmose em javalis (Sus scrofa) ferais no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Machado, Dália Monique Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194345
Resumo: O consumo de carne de javali, comum em vários países, popularizou-se no Brasil a partir da liberação da caça desses animais em 2013. Não obstante utilizada na alimentação humana, carne e vísceras de animais abatidos também são ocasionalmente fornecidas aos cães de caça. Dada a frequência elevada de doenças de veiculação alimentar nesses animais, entre elas a toxoplasmose, conhecer melhor a epidemiologia dessas doenças é fundamental para avaliação de risco e elaboração de campanhas de educação voltadas ao público exposto. Assim, esse estudo teve como objetivo diagnosticar, isolar e genotipar Toxoplasma gondii em javalis ferais caçados por manejadores de fauna registrados e utilizados para consumo humano e animal. Amostras de soro e tecidos (cérebro, língua, diafragma e coração) de 26 javalis oriundas de três mesorregiões do estado de São Paulo, Brasil, foram utilizados. As amostras de soro foram submetidas ao teste de Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), enquanto as amostras de tecidos (n=22) foram utilizadas para a realização de bioensaio em camundongos para isolamento do parasita. As amostras isoladas foram caracterizadas geneticamente por PCR-RFLP com os marcadores SAG1, 5’ e 3’ SAG2, alt.SAG2, SAG3, BTUB, GRA6, c22-8, c29-2, L358, PK1 e Apico. Também foram formulados e aplicados questionários aos manejadores de fauna com intuito de avaliar os conhecimentos sobre toxoplasmose. A soroprevalência de T. gondii foi de 76,92% (20/26), com títulos variando de 16 a 1024. Parasitas viáveis foram isolados de 4,54% (1/22) das amostras. Foi detectado o genótipo ToxoDB #6 do isolado TgJava1. Aproximadamente 84,20% (16/19) dos manejadores de porcos selvagens consomem a carne da caça e 15,78% (3/19) também a destinam para alimentação de cães de estimação. Os resultados permitem concluir que a infecção por T. gondii está presente nos javalis ferais utilizados para consumo humano e animal, em mesorregiões do Estado de São Paulo. Apesar do genótipo #6 ser comumente encontrado no Brasil, este estudo mostrou pela primeira vez, a detecção desse genótipo em javalis. Esses resultados também reafirmam a importância desses animais como fonte de infecção para disseminação da toxoplasmose em humanos e animais domésticos.