Coeducação dos sexos no Estado de São Paulo durante a Primeira República (1889-1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rodrigues, Paulo Jorge [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148658
Resumo: A coeducação dos sexos é o modelo educacional predominante no Estado de São Paulo, o qual tem por meta desconstruir as relações de dominação existentes na sociedade, que sobrepõem um sexo ao outro, contribuindo, assim, para o estabelecimento da igualdade. Com o objetivo de observar o desenvolvimento desse método de ensino, o presente trabalho propõe uma investigação, delimitando o seu tempo-espaço para análise, o período de 1889-1930 o Estado de São Paulo. As pesquisas bibliográfica e documental foram as escolhida como metodologia, sendo a primeira baseada em livros e artigos científicos e, a segunda, em anuários, leis, imagens etc., sobre o objeto de estudo, que se encontram disponíveis, principalmente, no Arquivo Público do Estado de São Paulo e no Acervo Histórico da Assembleia Legislativa de São Paulo. Constatou-se que até a segunda metade do século XIX, predominavam, no Estado, as escolas para o sexo masculino. Essa realidade começou a se modificar com a chegada dos missionários protestantes, que abriram escolas em regime coeducativo em diversas cidades do Estado. A coeducação dos sexos nas escolas protestantes não era aceita por todos. A Igreja Católica - hegemônica à época - condenava essa prática, defendendo a separação dos sexos até a idade adulta, quando, finalmente, seriam unidos por meio dos laços matrimoniais. Ainda no final do século XIX, políticos e pensadores, como Rui Barbosa e Leôncio de Carvalho, debateram o tema da coeducação dos sexos, porém, concluíram que esse regime só seria admitido pela sociedade brasileira para crianças até os dez anos de idade. Porém, com a Proclamação da República (1889), a Igreja Católica perdeu parte significativa da sua influência política, tendo o Estado sido laicizado e, por extensão, a instrução pública também. Neste contexto, a coeducação dos sexos ressurgiu como uma opção econômica e democrática para a expansão do número de vagas nas escolas públicas. Ela contribuiu, igualmente, para o processo de feminização do magistério, haja vista que a mulher era concebida como mais apta e preferível para educar meninos e meninas, ao mesmo tempo, entretanto, durante o período de investigação, a coeducação dos sexos foi parcial, já que meninos e meninas não desenvolviam todas as atividades juntos, alguns conteúdos eram apenas ensinados para um ou o outro sexo, o que não impediu a presença feminina nas escolas, muito pelo contrário, a maioria dos índices educacionais, à época, apresentavam-se satisfatórios ao sexo feminino, comparativamente ao sexo masculino.