Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Vaccari, Carolina [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151405
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Resumo: |
A doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa progressiva que tem como possíveis fatores de risco o envelhecimento, a suscetibilidade genética e a exposição a certos agentes químicos. Nas últimas décadas, estudos epidemiológicos e experimentais têm sugerido associação entre exposição a praguicidas e o desenvolvimento da DP. No total, nove revisões sistemáticas (RS) da literatura foram realizadas desde 2005 para verificar a associação entre exposição ao herbicida paraquat e a DP. A maioria dessas revisões apresentou limitações metodológicas, como restrições de idioma (apenas artigos em inglês), de bases de dados, de período de publicação dos estudos, e principalmente, não avaliou a qualidade metodológica dos estudos por ferramentas consistentes. Dentre as RS seguidas de metanálise, a maioria apresentou resultados positivos e estatisticamente significativos, apesar de ter identificado alto nível de heterogeneidade (I²) entre os estudos. Assim, justificou-se a realização de nova RS da literatura e metanálise que apresentassem menos limitações operacionais que as detectadas nas RS existentes. Para isso, foram selecionados estudos coortes, caso-controle e transversais comparativos que incluíssem quaisquer participantes expostos ambiental e/ou ocupacionalmente ao paraquat, sem restrição quanto à dose ou período de exposição. Os desfechos considerados foram a DP diagnosticada por especialistas ou relatada pelos participantes em entrevistas e/ou questionários. As bases de dados pesquisadas foram: PubMed, EMBASE, LILACS, TOXNET e Web of Science, sem restrição de idioma ou período de publicação. A heterogeneidade entre os estudos foi avaliada pelo teste I², sendo o odds ratio (OR) a medida de estimativa de efeito, com intervalo de confiança 95%. O risco de viés foi avaliado pelas ferramentas modificadas do NewCastle Otawa. Como resultados, foram incluídos 15 estudos na RS e 12 estudos na metanálise, que resultou em um OR de 1,40 (IC 95% 1,16-1,70; I² 15%), demonstrando associação positiva entre exposição ao paraquat e DP. Essa associação pareceu ser mais evidente em indivíduos suscetíveis, expostos ocupacionalmente ao paraquat em coexposição a outros pesticidas e que fizeram pouco uso de equipamentos de proteção. No entanto, a maioria dos estudos incluiu pequeno número de participantes expostos e apresentou alto risco de viés. Assim, novos estudos prospectivos que documentem cuidadosamente a exposição ao herbicida, com maior número de indivíduos potencialmente expostos, ainda são necessários para consolidar a associação positiva observada. Também, a análise de genes específicos que aumentam a predisposição à DP, e coexposições a outros praguicidas que podem estar relacionados a essa doença, poderão contribuir para a identificação de fatores que modulam a sua ocorrência. |