Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Vaccari, Carolina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/217060
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Resumo: |
A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa progressiva e heterogênea na qual são observados, em intensidades variáveis, sinais motores e não motores. Apesar de por muito tempo ter sido essencialmente associada à morte de neurônios dopaminérgicos da substantia nigra pars compacta e diminuição dos níveis de dopamina estriatais, a DP têm se mostrado um distúrbio mais disseminado, com o envolvimento de outros neurotransmissores e interação entre o acúmulo de uma proteína anômala, a α-sinucleína, e o sistema imunológico. Independente do seu subtipo, ainda não há cura para a DP. Levodopa e medicamentos dopaminérgicos são utilizados como tratamento sintomático e não como agentes modificadores da doença. Recentemente, o Diabetes Mellitus tipo II (DMT2) tem sido associado a sintomas mais graves e progressão acelerada da DP, sugerindo possível ligação entre essas duas condições. Medicamentos utilizados ou mapeados como tratamento para a DMT2 têm sido sugeridos como possíveis tratamentos da DP, a exemplo dos agonistas dos receptores GLP-1 e GIP. Além de importantes para o controle glicêmico, a ativação desses receptores no sistema nervoso central pode estar envolvida em processos como autofagia, apoptose, função mitocondrial e neuroinflamação, bem como no aprendizado, memória e modulação da plasticidade sináptica. Este trabalho objetivou avaliar a força e o peso das evidências sobre a eficácia e segurança dos agonistas desses receptores no tratamento da DP por meio de revisão sistemática e metanálise de estudos clínicos e pré-clínicos. O risco de viés dos estudos clínicos foi avaliado pela ferramenta Cochrane (RoB 2) e dos estudos pré-clínicos por uma versão adaptada das ferramentas SYRCLE e CAMARADES. O sistema GRADE foi usado para classificar o nível de confiança dos estudos clínicos. Possíveis efeitos anti-parkinsonianos (avaliados pela melhora na atividade locomotora espontânea, coordenação, equilíbrio e força muscular) foram detectados em roedores por diferentes modelos de DP e diferentes esquemas de tratamento com os agonistas dos receptores GLP-1 e GIP. Já em ensaios clínicos (considerados baixo nível de evidência pelo GRADE), houve melhora significativa na atividade locomotora de pacientes com DP após tratamento com a exenatida, um dos agonistas do receptor GLP-1, após a retirada do medicamento por algumas semanas (washout). Tanto os estudos pré-clínicos como os clínicos aqui analisados apresentam limitações e vieses importantes, impedindo definir se os efeitos dos agonistas estudados são neuroprotetores ou sintomáticos. Estudos experimentais mais bem delineados e ensaios clínicos com maior período de washout são necessários para avançarmos no esclarecimento da ação desses potenciais fármacos para a DP. |