Sobre a filosofia da mente de John Searle

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Canal, Rodrigo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/91761
Resumo: O problema da Intencionalidade da mente tem sido, por mais de duas décadas, objeto de intensa e persistente análise filosófica elaborada pelo filósofo americano John Rogers Searle (1932- ). Junto com o problema da consciência, não menos relevante no conjunto de sua teorização, sua visão acerca da natureza e das operações da Intencionalidade se constitui como um dos pilares centrais de seu programa filosófico de estudos dos fenômenos mentais. O objetivo principal desta dissertação é apresentar, discutir e avaliar criticamente sua concepção de Intencionalidade da mente. Com o fim de atingir esses três objetivos, que estruturam nosso trabalho, argumentamos que, para alcançar uma compreensão bem detalhada, ampla e profunda da concepção searleana de Intencionalidade da mente, é preciso explicar esta última tanto como um fenômeno mental (psicológico) quanto como um fenômeno natural/biológico. Expomos de modo pormenorizado as famílias de noções que definem a natureza, a estrutura, as formas mentais centrais, o funcionamento, bem como a maneira como Searle entende que devamos naturalizar a Intencionalidade, no capitulo 2 deste trabalho (respectivamente nas seções 3.1, 3.2, 3.3, 3,4, 3.5). Além disso, observamos que a ambição desse filósofo, no campo da filosofia da mente, não se limitou somente a ter desenvolvido uma visão sobre a natureza e o funcionamento da Intencionalidade da mente, e em mostrar como tratá-la naturalisticamente, mas consistiu também em apontar o que há de errado nos estudos filosóficos e científicos contemporâneos sobre o assunto, e propor correções. Nesse ponto, apresentamos os principais e gerais descontentamentos de Searle no Capítulo 1: das seções 2.1 à seção 2.6 apresentamos sua ambição de criticar e reformar os estudos atuais, os quais são focados na análise do materialismo contemporâneo no estudo da mente; subsequentemente (seção 2.7), explicitamos sua tentativa de rejeição da insolubilidade do aclamado e controverso problema mente-corpo e apresentamos as revisões propostas por ele para que essa insolubilidade desvaneça. No que diz respeito à avaliação crítica, procuramos identificar algumas dificuldades na visão de Searle sobre o que foi exposto nos capítulos 1 e 2. Buscamos analisar minuciosamente sua solução do problema mente-corpo, seu naturalismo biológico, e examinar como ele trata naturalisticamente a noção de Intencionalidade da mente com a estratégia redutiva denominada de redução causal. Partindo de algumas observações que o renomado epistemólogo da ciência Gilles-Gaston Granger (1994) fez acerca dos métodos - das regras e dos procedimentos - que regem as ciências naturais, afirmando que todo conhecimento científico, do que depende da experiência, consiste em esquematizar experiências, procuramos mostrar que a estratégia da redução causal possui as mesmas implicações negativas, apontadas por Granger, para o estudo da natureza e estrutura de nossa vida mental, em geral, e da natureza estrutural da Intencionalidade, em particular. Esperamos ter cumprido este último objetivo no capítulo 3 desta dissertação.