A inquisição virtual: um estudo sobre a moralidade nos sites de redes sociais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kadooka, Aline [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183633
Resumo: Os Sites de Redes Sociais são grandes dinamizadores do fluxo de informação e interconexões entre pessoas. Eles favorecem a construção e a produção de discursos que manifestam as múltiplas “verdades” sociais e suas representações. Além disso, são espaços complexos que estimulam o debate, geram ou desoprimem as tensões e, sobretudo, trazem os discursos sociais que refletem os valores e a moral de seus participantes. Nos Sites de Redes Sociais o ideal admitido é a liberdade e, portanto, os usuários tendem a avaliar e julgar a ação dos demais e vão além, aplicam sanções que bem entendem. O objetivo geral da pesquisa foi verificar e analisar como algumas questões relativas à moralidade apareceram nas publicações dos usuários e moldaram as suas ações dentro do Facebook. Temos como justificativa a necessidade de estudos que explorem a moralidade “virtual” dos participantes e apresentem programas e estratégias que promovam o uso consciente e responsável. Para tanto utilizamos como metodologia a netnografia. Ela consiste em uma pesquisa observacional participante, pois permite que o pesquisador adentre no universo que estuda por um determinado tempo, utilizando-se além das ferramentas próprias do Facebook, o diário de campo. Para cumprir com objetivos acessamos a plataforma diariamente durante o período de Junho de 2017 à Agosto de 2018, em busca de casos que causavam grande indignação nos usuários e eram as mais polêmicas da época. Além disso, elas deveriam tratar de questões relativas à moral, tais como: justiça, roubos, mentira, cooperação, altruísmo. Sabemos que o sentimento de indignação advém quando o expectador desaprova uma ação que considera ferir um bem moral e; reconhece em si um valor e, portanto, preceitua que o outro também deva seguir os mesmos fundamentos. No total acompanhamos trinta e cinco casos com diversos assuntos (violência, roubo, desonestidade, racismo, homofobia, misoginia). Como resultado, nos deparamos com a difusão da ideia da eficiência do Facebook como espaço mediador e ferramenta para a resolução de conflitos. De um lado, alguém motivado pelo desejo de justiça, pelo sentimento confortante de saber que há um canal que lhe dará voz e o fará ser ouvido e apoiado por iguais. Do outro, os que foram escolhidos como alvos e sentiram o pavor, a vergonha, o medo e a insignificância. Os usuários das redes sociais são ávidos por reivindicar atitudes exemplares dos outros membros, contudo, agem de maneira contrária. Talvez, tal atitude seja fruto de uma confusão entre ser moral e ser moralista. Não é propósito, do estudo, porém culpabilizar os SRSs e nem propor a adoção de atitudes coercitivas que promovam o controle e o medo, pois isso seria a proposta de um estudo moralista. Acreditamos, entretanto, na eficiência da criação de estratégias e ações que visem à educação e o esclarecimento dos usuários como uma atitude para desenvolver além de uma consciência solidária e responsável, uma cidadania digital.