Influência de gênero e do ciclo estral no reflexo auditivo de sobressalto em ratos Wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Martins, Marina Galleazzo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137935
Resumo: O reflexo auditivo de sobressalto (ASR) é uma contração rápida e intensa da musculatura estriada esquelética da face e do corpo frente a um estímulo sonoro inesperado e de alta intensidade. O ASR pode ser modificado em diversas condições, como na inibição por estímulo prévio (PPI), que se caracteriza pela diminuição da amplitude do ASR quando o estímulo sonoro de alta intensidade é precedido por um estímulo de menor intensidade. As respostas de ASR e PPI são avaliadas de forma não invasiva no homem e em roedores com grande homologia e têm sido utilizadas na pesquisa básica e clínica. Além disso, se encontram alteradas em diversas afecções neurológicas e psiquiátricas que apresentam déficits no processamento sensório-motor. No homem, existem diferenças na PPI relacionadas ao gênero, que refletem as variações hormonais ao longo do ciclo menstrual. Entretanto, estudos em roedores se mostram conflitantes em relação às diferenças no ASR e na PPI entre machos e fêmeas, raramente mencionando as possíveis variações ao longo do ciclo estral, o que dificulta a interpretação de resultados experimentais em fêmeas e a sua translação para os resultados obtidos no homem. Para avaliar a influência do gênero e das fases do ciclo estral no ASR, foram estudados 10 machos e 28 fêmeas de ratos Wistar adultos. O ciclo estral das fêmeas foi acompanhado diariamente e todos os animais foram submetidos a sessões de avaliação do ASR e PPI. Nas fêmeas, as concentrações plasmáticas de estradiol e progesterona foram dosadas. Os encéfalos de 3 machos e 3 fêmeas em cada fase do ciclo estral foram processados para detecção da proteína Fos por imuno-histoquímica. Não houve influência do gênero ou fase do ciclo estral sobre a amplitude normalizada e latência do pico máximo do ASR. Os machos não diferem das fêmeas quanto à %PPI; contudo, as fêmeas em proestro apresentaram menor %PPI do que fêmeas em diestro quando o pré-pulso utilizado foi maior ou igual a 70 dB, observando-se associação direta entre os níveis de progesterona e o conjunto de %PPI. A habituação intrassessão do ASR foi observada em machos e fêmeas em metaestro e na transição proestro-estro, embora também houvesse diminuição significativa da amplitude do ASR no Bloco Final da sessão nas fêmeas em diestro. O número de neurônios imunorreativos à proteína Fos (FOS-ir) não sofre alterações no núcleo coclear dorsal, no locus coeruleus e no núcleo central do colículo inferior entre os gêneros e fases do ciclo estral. Nos núcleos ventral e medial do corpo trapezoide, pedunculopontino tegmental, cuneiforme, A5 e no córtex externo do colículo inferior, as fêmeas em proestro têm mais neurônios FOS-ir. Assim, em trabalhos que pretendam avaliar a %PPI entre machos e fêmeas, é importante estadiar o ciclo estral para que a análise dos dados seja realizada levando-se em consideração o seu estadiamento. O tamanho ideal da sessão de avaliação do ASR/PPI e a configuração dos blocos Inicial e Final também variam em função do ciclo estral. Os resultados desse trabalho são importantes para o delineamento de estudos que utilizem o ASR e a PPI como ferramentas na avaliação de déficits na integração sensório-motora em ratos Wistar machos e fêmeas, a fim de aprimorar estudos translacionais.