Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Débora Pavani |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/242523
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Resumo: |
As condições de territorialização do Território Prof. Cory/Andradina, que corresponde à Microrregião Geográfica de Andradina-SP, conformaram uma estrutura fundiária extremamente concentrada e levou atualmente à coexistência contraditória de extensas áreas de canaviais e um grande número de assentamentos rurais, criados a partir de desapropriações de terras particulares para fins de reforma agrária. O objetivo desta pesquisa foi analisar as trajetórias de luta pela terra, tendo como base a visão dos atores sociais que participaram do processo de formação e evolução dos assentamentos rurais, no referido Território. A fim de ter uma visão de conjunto de como se desenvolveu e está se desenvolvendo a questão da terra no Território, além da revisão bibliográfica e exame de documentos, a principal fonte de informações foram os atores sociais que vivenciaram a luta por meio da metodologia qualitativa da História Oral. Para tanto, foram entrevistados 37 atores sociais assentados que lideraram ou tiveram participação ativa nos processos de lutas, buscando também contemplar a diversidade de situações encontradas. As lutas do Território Prof. Cory/Andradina estão fragmentadas em diferentes contextos, envolvendo posseiros contra a grilagem de terras, atingidos por barragem, boias-frias e trabalhadores sem-terra, as quais constituem uma história rica e complexa. Essas histórias demonstraram, nos diferentes casos, que a tessitura de um processo de organização, como a formação dos movimentos socioterritoriais, foi fundamental para um desfecho favorável para os trabalhadores rurais. Apesar das ações do Estado, como programas de reforma agrária e convênios para vistoria de áreas terem contribuído com a criação dos 38 assentamentos rurais, estas sempre foram realizadas mediante forte pressão popular dos movimentos sociais. A convergência da expansão da cultura da cana-de-açúcar, nas duas últimas décadas, e da conjuntura de crise política a partir de 2013 e do golpe em 2016, têm acentuado a reconcentração da propriedade fundiária e gerado novamente riscos de expropriação da população pobre do campo, em função do desmonte das políticas públicas de apoio à agricultura familiar e da entrada da cana e/ou placas fotovoltaicas nos assentamentos rurais pelas propostas de “parcerias”. Apesar dessas ações que visam retomar os níveis de concentração fundiária e do poder, a luta pela terra no Território proporcionou o acesso à terra à aproximadamente 3500 famílias, cerca de 80% do total de agricultores familiares do Território, que passaram a ter melhores condições de alimentação e moradia e que dinamizaram a economia dos mercados locais/regional pela produção de alimentos, favorecendo a conscientização da população local sobre os direitos e valores dos trabalhadores rurais e da agricultura familiar. |