Associação entre prática de atividades físicas, tempo de tela, complicações em saúde e gastos entre crianças usuárias dos serviços de atenção primária do município de Bauru/SP: estudo transversal retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Araújo, Lia Grego Muniz de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152519
Resumo: O objetivo geral da presente pesquisa foi verificar se existe associação entre a prática de atividades físicas habituais com morbidades e gastos com saúde entre crianças usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). A amostra foi composta por 505 crianças de três a doze anos, de ambos os sexos, atendidas nas 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Bauru, São Paulo. Foi investigado através de questionários específicos, nível de atividade física habitual das mães e das crianças e condição econômica. Para avaliar os gastos com os tratamentos de doenças/agravos específicos foram utilizados os registros dos prontuários clínicos, retroagindo 12 meses a partir da data da consulta. As crianças também tiveram peso, estatura e circunferência de cintura aferidos. Os resultados mostraram que as crianças pré-escolares se mostraram pouco ativas com média de 830,17+294 minutos semanais de atividades físicas não estruturadas ao ar livre. A média de tempo de tela gasto pela amostra (58,07+35,96 min/dia) foi adequada segundo diretrizes internacionais. Constatou-se que as mães dos préescolares que são ativas ou muito ativas têm 3,39 (1.12-9.99) vezes mais chances de ter filhos ativos. Os escolares também apresentaram média de atividade física semanal abaixo do recomendado (score de 3,2 + 0,9) e tempo de tela acima do adequado (2.6 + 1.5 horas por dia). Constatou-se que meninos de 7 a 12 anos são mais propensos a serem ativos quando comparados às meninas [OR = 2,56 (IC 95% = (1,43 a 4,58)]. As crianças de 7 a 12 anos que acumulavam menos tempo de tela se apresentaram mais propensas a estarem no grupo mais ativo [OR = 0,41; IC 95% = 0,24 a 0,72]. Em síntese, as doenças mais prevalentes entre as crianças em idade pré-escolar foram as do aparelho respiratório. Em relação ao estado nutricional, os com sobrepeso e obesidade adoeceram mais do que os eutróficos com doenças do CID R (Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte), onde a tosse foi a complicação em saúde mais prevalente (62,5%). Sobre a atividade física, os resultados apontaram que os meninos em idade préescolar mais ativos tiveram mais doenças da CID A e B (doenças parasitárias e infecciosas) que os menos ativos. Entre os escolares, as complicações em saúde mais prevalentes foram as da CID R, com a tosse apresentando a maior frequência. Em relação ao estado nutricional, os escolares com sobrepeso e obesidade adoeceram mais do que os eutróficos com doenças da CID R (tosse mais prevalente) e CID J (doenças respiratórias) do que os do grupo Magreza/ Eutróficos. Em se tratando dos gastos com saúde, pré-escolares moderadamente ativos geraram mais gastos em consultas e total que os mais ativos. Por outro lado, entre os escolares, observou-se que os mais ativos gastaram mais com medicamentos do que os menos ativos.