Perdas quantitativas e qualitativas na colheita mecanizada da cana-de-açúcar em diferentes velocidades de deslocamento e do extrator primário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Juarez Sanchez, Douglas Enrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/239805
Resumo: O cultivo de cana-de-açúcar está entre as principais atividades no agronegócio brasileiro, colocando o setor sucroenergético em destaque tanto em nível nacional quanto internacional. A transição da colheita manual para a colheita mecanizada permitiu grande avanço no setor, dando espaço para colhedoras mecânicas de alta tecnologia e eficiência operacional. Entretanto, mesmo com o benefício da eficiência operacional, revelou-se aumentos consideráveis nas perdas ocorridas no campo e na qualidade da matéria-prima, que resultam em grandes prejuízos à agroindústria anualmente. Dentre os fatores associados à estas perdas, estão a velocidade de deslocamento e a eficiência do extrator primário, as quais contribuem para disfunções ao longo da colheita, podendo aumentar ainda mais os prejuízos. Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar as perdas quantitativas e qualitativas de cana-de-açúcar na colheita mecanizada, com o uso de diferentes rotações do extrator primário associado com duas velocidades de deslocamento, visando a menor perda possível e melhor qualidade da cana-de-açúcar processada na indústria. O estudo foi realizado em setembro de 2020, em área comercial do município de Suzanápolis, em cana de segundo corte com estimativa de produtividade acima de 100 t ha-1 . O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, em esquema fatorial 4x2, sendo quatro rotações do extrator primário (600, 700, 800 e 900 RPM) e duas velocidades de deslocamento da colhedora (3 e 4 km h -1 ), com 4 repetições. Foi utilizada uma colhedora da marca John Deere, modelo CH570, acompanhada de transbordos em velocidade de deslocamento constante. Foram avaliadas as perdas, classificadas em tolete e estilhaço, e a qualidade tecnológica da cana, medida pelo brix, fibra, pureza, impurezas vegetais, açúcares totais recuperáveis, açúcares recuperáveis e porcentagem de oligossacarídeos. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade. A velocidade de deslocamento da colhedora não influenciou no volume de perdas na colheita mecanizada da cana-de- açúcar, indicando que as velocidades avaliadas não interferem no material final perdido durante o processo. Entretanto, independente da velocidade de deslocamento, a velocidade do extrator primário interfere nas perdas durante a colheita. O brix do material colhido não apresentou diferença significativa considerando tanto velocidade de deslocamento quando rotação do extrator primário. O mesmo foi observado para as variáveis fibra, pureza, impurezas vegetais, açúcares totais recuperáveis, açúcares recuperáveis e porcentagem de oligossacarídeos. Conclui-se que as velocidades de deslocamento de 3,0 e 4,0 km h -1 não interferem nas perdas, porém a rotação do extrator de 800 e 900 RPM ocasionam maiores perdas de toletes e estilhaços na colheita mecanizada da cana-de-açúcar, e que a qualidade tecnológica da matéria prima não é influenciada pelo deslocamento da colhedora e rotação do extrator primário. Desta forma, deslocamento de 4,0 km h-1 com rotações do extrator primário de 600 até 700 RPM podem otimizar tempo com menores perdas, mantendo a qualidade tecnológica da matéria prima na colheita mecanizada da cana-de-açúcar.