Desenvolvimento de novos complexos de prata(I) contendo ligantes tiossemicarbazonas com potencial antitumoral contra células de câncer de mama triplo negativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Débora Eduarda Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194423
Resumo: O câncer de mama é o câncer mais incidente em mulheres em todo o mundo. Entre os diferentes subtipos moleculares do câncer de mama, o câncer de mama triplo negativo (TNBC) representa aproximadamente 20% de todos os casos. Possui um prognóstico ruim e, atualmente, não existem terapias direcionadas e eficazes para seu tratamento. Desse modo, o desenvolvimento de novos fármacos contra tumores TNBC é urgente. Seis novos complexos de prata (I) contendo ligantes de interesse biológico foram sintetizados, de fórmula geral [Ag(phen)(L1-L3)](NO3) (1–3) e [AgCl(PPh3)2(L4-L5)] (4–6), onde phen = 1,10-fenantrolina; PPh3 = trifenilfosfina; L1 = 2-formilpiridina tiossemicarbazona; L2 = 2-formilpiridina-N(4)-metil-tiossemicarbazona; L3 = 2-formilpiridina-N(4)-etil-tiossemicarbazona; L4 = 3-metoxi-4-hidroxibenzaldeído tiossemicarbazona; L5 = 3-metoxi-4-[2-(1-morfolinil)etóxi]benzadeíldo tiossemicarbazona; L6 = 3-metoxi-4-[2-(1-piperidinil)etóxi]benzadeíldo tiossemicarbazona. Os compostos foram caracterizados por análise elementar, condutividade molar, espectrometria de massas, espectroscopia de absorção na região do infravermelho e resssonância magnética nuclear de 1H, 13C e 31P. Os complexos [AgCl(PPh3)2(L5)] e [AgCl(PPh3)2(L6)] foram caracterizados por difração de raios X de monocristal. A citotoxicidade in vitro dos compostos foi determinada frente as linhagens tumorais A549 (pulmão), MCF-7 (mama - hormônio sensitiva) e MDA-MB-231 (mama triplo negativo), e linhagem não tumoral MCF-10A (mama). Os complexos foram ativos contra todas as células tumorais testadas, com valores de IC50 para 48 horas de incubação na faixa de 1,5 – 20 μM. Particularmente, os compostos apresentaram promissora atividade citotóxica frente a linhagem tumoral MDA-MB-231. Além disso, os compostos foram menos citotóxicos frente as células MCF-10A. Estudos de quantificação celular de prata mostraram que os complexos de prata derivados da trifenilfosfina são internalizados de forma mais eficiente do que os complexos derivados da 1,10 fenantrolina nas células MDA-MB-231. Ensaios de morte celular demonstraram que os complexos [Ag(phen)(L1)](NO3) e [AgCl(PPh3)2(L4)] induzem alterações morfológicas características de apoptose, como encolhimento e arredondamento celular, aumento da porcentagem de células na fase sub-G1 do ciclo celular e aumento da porcentagem de células apoptóticas marcadas com Anexina V, que evidenciam a morte das células MDA-MB-231 por apoptose. Ambos os compostos também induziram a despolarização do potencial de membrana mitocondrial (Δψm) e aumento dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) intracelular, eventos que podem estar envolvidos na indução de apoptose das células MDA-MB-231. Ensaios de interação com o ctDNA por titulação espectroscópica, dicroísmo circular e ensaios de ligação competitiva evidenciaram que os compostos [Ag(phen)(L1)](NO3) e [AgCl(PPh3)2(L4)] podem interagir com o ctDNA sem modificar a estrutura do DNA (forma B), possivelmente com o sulco menor. A ligação dos complexos de prata com o ctDNA é fraca em comparação com o Hoechst 33258. Nossos resultados sugerem que outros alvos intracelulares ao invés do DNA sejam responsáveis pelos efeitos citótoxicos observados nas células MDA-MB-231, possivelmente as mitocôndrias.