Os pescadores e as ilhas desconhecidas, de Raul Brandão: entre itinerários e paisagens, a miséria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pierini, Mágna Tânia Secchi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/106358
Resumo: A presente tese selecionou Os Pescadores e As Ilhas Desconhecidas para compor o corpus de análise e propõe uma reavaliação da posição subalterna a que essas obras foram relegadas. Por muitas décadas, esses títulos vivenciaram o apreço fervoroso e emocionado dos leitores. Em contrapartida, parte da crítica literária brandoniana proferida no século XX rotulou-as de “menores” por se distanciarem do projeto literário ficcional de Raul Brandão. Edificou-se e perpetuou-se, então, a dicotomia e o silêncio. O objetivo deste trabalho é mostrar que essas obras não se distanciam das outras produções brandonianas justamente porque apresentam componentes temáticos e estilísticos similares às demais obras. Portanto, parte-se da hipótese de que há uma dialética das formas impressionistas e expressionistas que se coadunam e compõem espaços plástico-literários. Tal hipótese solidifica-se nas indagações acerca da utilização de gêneros literários tradicionais como a literatura de viagens, ou no emprego da descrição da paisagem nos dois títulos selecionados, publicados na segunda década do século XX. As ponderações concentram-se em torno das incursões da escrita brandoniana por linguagens artísticas distintas, por meio de uma perspectiva moderna diante da paisagem, do homem e da efabulação. No entanto, desdobram-se no estudo detido dessa perspectiva a partir da construção da figura dos pescadores, marinheiros, pastores e lavradores, além do registro das impressões poéticas e pictóricas, respectivamente, da costa portuguesa e do arquipélago dos Açores e da Madeira. Dessa forma, a aproximação entre as obras ocorre por meio da inovação na perspectiva da paisagem e da viagem, por configurar personagens pobres e vencidos a partir de reflexões de natureza ontológica e sociológica, conforme as delineações peculiares das configurações espaciais