Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Azevedo, Marcos Vinícius Rodrigues de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/27557
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Resumo: |
Entre o final do século XIX e o início do XX, a Europa passou por diversas crises políticas, bélicas e ideológicas que foram captadas pela arte e originaram diversas experimentações artísticas, inclusive na literatura. Em Portugal, Raul Brandão (1867-1930) foi um dos escritores mais sensíveis às incertezas e às crises de sua época, desenvolvendo uma escrita subjetiva, obscura e metamórfica (conforme identifica Maria João Reynaud) que decompunha pilares do romance tradicional (narrador, personagem, tempo, espaço, conflito) e formava uma amálgama mistura de oposições (prosa e poesia; narrativa e reflexão; ação e pensamento) com a qual expressava inquietações sobre a vida e a morte. Devido a isso, Brandão enfrentou resistência por parte dos leitores e da crítica, chegando a ser considerado ilegível. Partindo dessa dificuldade de leitura, esta dissertação tem por objetivo ler Raul Brandão e reafirmar que sua literatura não apenas é legível, apesar de difícil, como se abre a diálogos com outras obras literárias, outras artes e campos do conhecimento. Selecionamos Húmus (1926), sua obra mais conhecida, e Os pobres (1906), uma obra anterior que dialoga com ela, propondo um percurso de leitura a partir do personagem Gabiru e da sua relação com as árvores. Acompanhando a trajetória de Gabiru, pretendemos questionar filosoficamente a existência humana, repensar poeticamente a linguagem e considerar uma postura simbolicamente alquímica perante o mundo, capaz de transmutar o pouco que se dispõe em obras que excedem seu criador e transformam a vida. Lendo as duas obras brandonianas selecionadas, mostraremos como o autor propõe à seu tempo, uma nova perspectiva de vida diante da crise, desfazendo a oposição entre sonho e realidade, e antecipa experimentações que a literatura portuguesa viria a apresentar no século XX. Mostraremos que Brandão nos ensina uma nova perspectiva necessária ao crítico ano de 2020. |