Relação de custo/benefício na interação entre a aranha Peucetia flava (Oxyopidae) e a planta Rhynchanthera dichotoma (Melastomataceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Morais Filho, José Cesar de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/87617
Resumo: Até dez espécies de aranhas do gênero Peucetia (Oxyopidae), incluindo duas espécies sul-americanas, P. flava e P. rubrolineata, vivem associadas a várias espécies de plantas com tricomas glandulares nas regiões Neotropical, Paleártica, Neártica e Afrotropical; estas associações provavelmente evoluíram porque insetos aderidos aos tricomas glandulares podem ser utilizados como fonte de alimento pelas aranhas. Na região noroeste do estado de São Paulo, indivíduos de P. flava ocorrem estritamente sobre a planta com tricomas glandulares Rhynchanthera dichotoma (Melastomataceae). Neste sistema nós desenvolvemos experimentos para testar quais os custos e benefícios de P. flava para R. dichotoma e se há condicionalidade nestas associações. Além disso, testamos o papel dos tricomas glandulares como mediadores destas associações aranhas-plantas. Nós observamos que estas aranhas atuam como guarda-costas das plantas e que este efeito é temporalmente condicional; forças base-topo minimizam os efeitos das aranhas durante o período chuvoso. Além disso, estas aranhas indiretamente aumentaram a aptidão da planta pela redução do número de botões inviáveis. Os tricomas glandulares podem ter uma função análoga ao de uma teia pela retenção de presas. As aranhas preferem plantas com tricomas glandulares intactos e permanecem mais tempo sobre estas do que em plantas com tricomas glandulares removidos. Análises isotópicas de 15N mostraram que estas aranhas podem se alimentar tanto de insetos vivos como de carcaças de insetos aderidos aos tricomas glandulares, exibindo hábitos carniceiros. Estes resultados demonstram que esta associação é um mutualismo facultativo.