Anglicismos na administração de empresas: reflexões cognitivistas sobre motivações de uso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santa Maria, Alexandre Bueno [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151930
Resumo: O presente trabalho estuda uso de anglicismos no domínio discursivo da Administração de Empresas. A investigação conduzida tem seu foco no fato de que alguns termos em inglês têm traduções consolidadas e bem aceitas pelos falantes brasileiros, e outros, simplesmente, são utilizados em sua forma nativa, com ortografia, sentido e, muitas vezes, pronúncia originais. A escolha do tema foi motivada pela experiência do autor como discente no curso de MBA em Gestão Empresarial. Nesse contexto, tanto nas interações em sala de aula com professores e colegas, quanto em contato com a bibliografia da área, constatou-se que há grande influência da cultura norte-americana nas práticas gerenciais atuais e, consequentemente, da língua inglesa na literatura correlata. Ademais, em levantamento bibliográfico acerca do tema desta dissertação, foram encontrados artigos de periódicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado, na área da Linguística, que contemplavam os domínios discursivos de Jornalismo, Informática e Economia, entre outros, mas foi constatada a uma lacuna no que se refere à Administração de Empresas. O arcabouço teórico que sustenta este trabalho está fundamentado na visão cognitivista de língua, que a entende como um sistema simbólico que serve à interação humana e a considera um sistema adaptativo complexo. Nesta dissertação apresentamos reflexões sobre o uso de dez anglicismos no contexto da Administração. As análises, de maneira geral, endossam a teoria de que essas palavras se fizeram presentes no português para suprir necessidades comunicativas interacionais de seus falantes. Na perspectiva de língua como sistema adaptativo complexo, percebemos que os atratores economia e sentido servem de agente motivador de uso de todos os itens estudados. Em decorrência desses atratores, há benefícios no fator ergonomia, já que os anglicismos tornam a comunicação mais fluida e amigável, à medida que limpam do texto explicações excessivas e elementos como remissões ou notas de rodapé. Outro ponto marcante destas reflexões foi a observação do fato de que, nesse domínio, na maioria das vezes, os anglicismos chegam ao português pela classe dos substantivos, e costumam denominar processos. Desse modo, o esquema de imagem de CONTÊINER (CONTAINER), se mostrou muito produtivo em vários casos. Este estudo encontrou legitimação linguística para não apenas para o uso de anglicismos, mas de empréstimos e estrangeirismos de qualquer origem, não apenas no domínio da Administração, mas no português como um todo. Apesar de existirem, em alguns momentos, razões culturais e ideológicas para a escolha de palavras, este trabalho trouxe como contribuição a constatação de que, no uso real da língua, o falante busca, acima de outras coisas, assegurar a informatividade de seus enunciados, e para isso, recorre, quando necessário, a empréstimos e estrangeirismos.