Custo-efetividade do itraconazol comparado ao cotrimoxazol no tratamento de paracoccidioidomicose
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/251551 https://orcid.org/0009-0008-5777-9867 |
Resumo: | A paracoccidioidomicose (PCM) é micose sistêmica, endêmica na América Latina causada por fungos termodimórficos do gênero Parcoccidioides: o complexo P. brasiliensis e a espécie P. lutzii. Na atualidade, os dois principais fármacos utilizados para tratamento são o itraconazol (ITC) e a associação sulfametoxazol-trimetoprim, também denominada cotrimoxazol (CMX). Com o propósito de contribuir para a elaboração de políticas públicas de saúde no Brasil, este estudo avaliou a custo-efetividade do tratamento da PCM com ITC comparado ao CMX. Todos os dados utilizados no estudo foram secundários. Para a obtenção dos dados de efetividade, tempo de tratamento e segurança para elaboração do modelo analítico foi realizada uma revisão sistemática, cujo propósito foi comparar o tratamento de ITC com CMX na PCM quanto a estas medidas. Foram utilizadas as bases de dados Medline (Pubmed), Embase, Lilacs e Cochrane Library, aplicando-se os termos de busca específicos. A seleção dos artigos e extração de dados foi feita por dois revisores independentes. Não houve restrição de idioma, ano de publicação ou do tipo de delineamento para inclusão na revisão. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada com uso da ferramenta ROBINS-I© 2022 (Cochrane) e o grau de certeza pelo GRADEpro (Cochrane). Algumas informações de custos foram obtidas da plataforma SIGTAP e outras fornecidas por departamentos internos do MS ou pelo Banco de Preços em Saúde, sempre em reais (R$). Para a análise de custo-efetividade foi elaborado um modelo analítico de árvore de decisão, utilizando como perspectiva o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS), com horizonte temporal de cinco anos e taxa de desconto de 5,0%. A medida de efetividade utilizada no modelo foi cura aparente e foi calculada a razão incremental de custo-efetividade (RCEI). Para avaliar a precisão do modelo analítico, foram realizadas uma análise de sensibilidade determinística de uma via e uma probabilística pelo método de Monte Carlo de segunda ordem, com 10.000 simulações. Foi utilizado o programa TreeAge® para a elaboração da árvore de decisão, cálculo da RCEI e análise de sensibilidade. Quatro estudos foram incluídos na revisão, totalizando 639 pacientes (194 tratados com ITC e 445 tratados com CMX). O estudo de melhor qualidade metodológica, com risco de viés moderado, não observou diferença de efetividade entre ITC e CMX enquanto dois, com risco sério de viés, ITC foi mais efetivo. O tempo de tratamento foi menor para pacientes tratados com ITC em três estudos (risco moderado e sério de viés). O custo final por paciente foi de R$ 614,90 para aqueles tratados com ITC e de R$ 850,01 para os que receberam CMX. A RCEI foi de – 7.837,03 R$/cura aparente para ITC, o que significa uma economia de R$ 7.837,03 para cada paciente curado da doença. Este valor de RCEI foi pouco modificado na análise de sensibilidade determinística de uma via, mantendo-se sempre abaixo da disposição a pagar. Na análise probabilística, o ITC foi custo-efetivo em 98,89% das 10.000 simulações. Este estudo demonstra que o ITC é mais custo-efetivo que CMX no tratamento da PCM. |