Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Vital, Luisa Fernandes [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/254999
|
Resumo: |
Esta tese pretende verificar a morte, entendida como símbolo, nas reminiscências de Riobaldo, e a forma como ela é metaforizada pela personagem e narrador do romance Grande sertão: veredas, publicado em 1956, por João Guimarães Rosa. A morte, um evento que não se pode definir conceitualmente, a não ser pela observação da morte do outro, o que impede a criação de um campo semântico para descrever o fenômeno, tem funcionamento simbólico, sendo preenchida semanticamente pelas associações que a reminiscência de Riobaldo cria. Assim, por meio da narração, a morte é metaforizada pelo narrador. Para a constatação dessas metáforas, são analisadas três mortes específicas – a do líder dos jagunços, Joca Ramiro, a morte simbólica da personagem Riobaldo, que se transforma em Urutú-Branco, e aquela da personagem Diadorim, revelando sua verdadeira identidade. A partir desses três eventos marcados na memória de Riobaldo, é observada a construção discursiva da personagem para entender como a morte pode ser metaforizada na viagem, no ritual do pacto demoníaco e no esquecimento, respectivamente, tudo contribuindo para algo essencial: a compreensão da própria vida de Riobaldo. A pesquisa é norteada pela metodologia fenomenológica-hermenêutica proposta por Paul Ricoeur, que visa à compreensão do símbolo de acordo com sua natureza mutável. A bibliografia ainda pode ser dividida em quatro partes: 1) símbolos e sua interpretação; 2) morte; 3) memória, recordação, reminiscência e narrativa; e por fim, 4) fortuna crítica rosiana. Os estudos de Dan Sperber e Gilbert Durand explicam a natureza e o funcionamento do símbolo. Já no segundo grupo, os estudos históricos de Philippe Ariès e antropológicos de Edgar Morin auxiliam a aprofundar o conhecimento sobre a morte. Em seguida, o material fornecido por Aristóteles contribui para as reflexões acerca da memória e da narrativa. Por fim, textos da fortuna crítica rosiana, como os de Antonio Candido, Cavalcanti Proença, Benedito Nunes, Walnice Galvão, Sandra Vasconcellos e Luiz Roncari são importantes para a construção da interpretação das três mortes já especificadas, contribuindo na compreensão de como a ideia de finitude está intrincada na formação de Riobaldo e de que forma ela é metaforizada, ajudando a personagem a compreender a própria existência por meio da organização narrativa |