O Homem no redemoinho rosiano: gênero e sexualidade em Grande Sertão Veredas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dias, Alisson Correia lattes
Orientador(a): Castro, Elisa Guaraná de lattes
Banca de defesa: Castro, Elisa Guaraná de lattes, Sant'Anna, Sabrina Marques Parracho lattes, Silva, Telma Borges da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20519
Resumo: Esta dissertação é resultado de uma análise antropológica das representações de masculinidade no romance Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa (1908 – 1967). O enredo se passa no Sertão de Minas Gerais, na primeira metade do século XX, onde vivem homens e mulheres que protagonizam lutas pela terra, envolvendo, nesse conflito, poderes locais e poderes externos. A trama se desenvolve em meio a dilemas que envolvem a associação da possível existência da alma humana e do "demo", enaltecendo um amor gay, protagonizado por Riobaldo e Diadorim. Porém, esse amor parece ser inviabilizado pelo "Sertão", de modo que exige aos sujeitos agirem de forma mais contundente e relacional com os valores e regras partilhados. Para auxiliar nesse rumo de análise, foram acionadas as noções de masculinidade (hegemônicas e subalternas), estudadas por Raewyn Connell (1995), que propõe três dimensões para se analisar o gênero: a relação entre produção e reprodução da vida social, catexia e relações de poder, propriamente ditas. Além do mais, foi utilizada a perspectiva da análise de gênero feita por Judith Butler (1990). Ao caracterizar gênero como discurso, a autora lança mão de evidências para avaliar a masculinidade como um fenômeno social forjado pelos homens, oprimindo-os, mas, sobretudo, oprimindo as mulheres. Foi possível perceber que as representações de masculinidade rosianas são bem mais complexas que as socializadas na época, demonstrando homens, principalmente Diadorim, que transitam no gênero e mesmo entre o gênero e a sexualidade.