Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Cláudio Smalley Soares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152899
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Resumo: |
A cidade contemporânea é produzida sob os ditames da lógica de mercado, que entram em confronto com o sentido do uso e do valor de uso. Os espaços comerciais e de consumo contribuem para a compreensão desta cidade, lançando luz sobre os agentes, as escalas e os processos que movem a vida urbana na atualidade. Com esta tese, busca-se contribuir para a compreensão dos espaços urbanos a partir das áreas comerciais e de consumo, em suas relações com a dinâmica do modo de produção capitalista e da formação socioespacial brasileira nos últimos trinta anos. Para compreender tais dinâmicas optou-se por abordagem comparativa entre duas cidades médias em duas regiões do Brasil, o que possibilitou compreender como os processos capitalistas que envolvem o espaço urbano diferem segundo as distintas situações socioespaciais, mantendo relações com a diversidade regional que compõe a formação socioespacial brasileira. Nesse primeiro nível de comparação, o das cidades em diferentes regiões do país, Juazeiro do Norte, no Ceará, e Ribeirão Preto, em São Paulo, foram analisadas no curso do seu processo histórico, observando-se o papel dos espaços comerciais na produção e estruturação da cidade. Um segundo nível de comparação foi construído a partir dos espaços comerciais e de consumo. Assim, espaços comerciais tradicionais foram analisados em contraposição com espaços comerciais modernos. Os mercados públicos foram escolhidos como “espaços tradicionais”, enquanto os hipermercados e shopping centers como “espaços modernos”. Os mercados públicos enquanto espaços de comércio “tradicional” representam uma lógica de produção do espaço urbano baseado no uso e no valor de uso, posto que estão inseridos na trama da cidade, permeados, também, de contradições. Em contraposição, os espaços comerciais mais modernos têm como sustentação o valor de troca e são produzidos sob a égide do mercado, potencializando a segregação e a fragmentação socioespaciais em meio a processos de reestruturação urbana e das cidades. Para efetuar ambos níveis de comparação, utilizou-se de diversos procedimentos metodológicos: levantamento e compilação de dados secundários sobre as cidades, produção de dados primários por meio de entrevistas com diversos agentes e sujeitos do processo de produção do espaço urbano. Defende-se a tese de que os espaços comerciais e as práticas espaciais de consumo ajudam a produzir uma nova condição urbana, na qual a tendência ao processo de fragmentação socioespacial se manifesta como central no âmbito da vida social urbana. Concluiu-se que as práticas espaciais de consumo estão articuladas com os processos de segregação e fragmentação socioespaciais. Estas práticas espaciais contribuem para a produção de uma nova condição urbana que expressa a dinâmica de um urbanismo neoliberal. O resultado é um empobrecimento da experiência urbana fundada na diversidade, no encontro, no espontâneo, no inesperado que é o cerne do que é a cidade em sua essência. |