Os (des)encantos da Ilha da “Magia”: urbanização e cultura açoriana em Florianópolis -SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Marcia Alves Soares da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34005
Resumo: O litoral catarinense abriga um patrimônio histórico e cultural relevante, cuja origem remonta à chegada de comunidades oriundas da Ilha dos Açores, em meados do século XVIII. Atualmente, o legado açoriano em Santa Catarina está expresso sob a forma de fe stas, principalmente as de cunho religioso, pesca cantorias (ratoeira), artesanato (renda de bilro), culinária (tainha), contos e lendas (bruxas, lobisomens) e construções típicas. O resgate desse legado açoriano acontece na década de 1950, quando inicia s e um forte processo de urbanização em Florianópolis, bem como em outras localidades, onde os intelectuais locais e o Poder Público percebem a importância de se construir uma identidade catarinense, o que culminou num projeto de “brasilidade” do Estado, em oposição a construção do legado alemão e italiano, preponderantes até então. Contudo, com o passar do tempo, principalmente devido ao rápido e intenso processo de urbanização propiciado pelos grandes investimentos imobiliários e turísticos, propiciou se um projeto de venda da cidade e a criação do marketing da Ilha da “Magia”. Percebe se que os projetos de urbanização contemporânea são marcados pela banalização da forma mercadoria, onde as cidades, vistas como mercadorias são projetadas para atender os inte resses dos atores hegemônicos. Nessa análise, as cidades tornam se negócios, projetada pelos planejadores urbanos e por promotores culturais para entrarem nos circuitos mundiais de consumo, desconsiderando muitas vezes as particularidades locais. Assim, na capital catarinense temos um incisivo projeto de cidade mercadoria, onde as transformações devido à urbanização negligenciam o modo de vida, o cotidiano e anseios das populações locais, tendo em vista que a preservação do legado açoriano claramente foi ap ropriado pelo turismo, capital imobiliário e Poder Público, no intuito de projetar a capital catarinense ao mercado internacional.