Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Rocha, William Albano |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/251545
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Resumo: |
A presente pesquisa apresenta um estudo sobre os impactos do assentamento da empresa transnacional Tereos, em Olímpia – SP, e em Severínia – SP. Objetivou-se, a partir de um estudo de caso, de caráter qualitativo, analisar a experiência de dez ex-cortadores de cana no setor sucroalcooleiro dessa região, a fim de verificar quais são, nas perspectivas deles, os impactos ocorridos com a utilização da mecanização pela empresa no setor. O trabalho, portanto, teve como tese analisar o assentamento de empresa transnacional, buscando identificar, de acordo com as entrevistas e o referencial teórico, os impactos desse novo modelo de produção, via mecanização, pela agroindústria canavieira e como esse novo modelo se relaciona com as novas tecnologias de produção, identificando quais foram os impactos causados por esse processo industrial na vida desses ex-cortadores de cana, a fim de comprovar que a definição de industrialização não é sinônimo de desenvolvimento nessa região, e que os impactos dessa atuação favorecem países de núcleo orgânico, enquanto países semiperiféricos absorvem o mínimo desses benefícios. A metodologia é qualitativa, através de um estudo de caso, sendo tanto baseada na coleta de dados quanto na análise de dados. Justifica-se a pesquisa pelo tema ser de suma relevância no mundo atual e pelo grande avanço da implantação da mecanização na produção de cana-de-açúcar em Olímpia e Severínia. Concluímos, portanto, que o uso da mecanização pela empresa analisada não mudou, nas perspectivas da maioria dos entrevistados, a vida desses ex-cortadores de cana. A redução de postos de trabalho, o aumento da produção e da lucratividade dessa nova fase industrial pela empresa impactou negativamente os trabalhadores, vez que as promessas de políticas públicas compensatórias nessa transição não aconteceram. A falta de novas oportunidades no setor pela empresa, como qualificação profissional, recolocação em setores de maior especialização, bem como novas condições salariais e laborais, não foram efetivadas na prática. À vista disso, o progresso nessas localidades não pode ser equiparado à industrialização, pois como define Arrighi (1997), ela é um meio de se chegar ao desenvolvimento, mas não um fim. Ainda, o desenvolvimento econômico, em nossa perspectiva, ultrapassa a ideia de industrialização, indo além, atrelando-se, inclusive, ao bem-estar e a qualidade de vida desses sujeitos, nos quais os ganhos sociais façam parte do progresso nessas localidades e principalmente para a vida desses trabalhadores, o que de fato não aconteceu. O impacto desse assentamento arraigado de inovações tecnológicas, exploram ainda mais essa região, excluindo condições mais benéficas aos trabalhadores, em que pese a paralisação da unidade de Severínia, que impactou diretamente na arrecadação do município, o que incidiu na diminuição de investimentos em pilares fundamentais e essenciais à prestação de serviços públicos. Portanto, é ilusório afirmarmos que o desenvolvimento econômico é sinônimo de industrialização, pois o assentamento de empresas transnacionais, atrelado a incentivos de maiores inovações tecnológicas pelo governo brasileiro, via mecanização, só aumentam o poder de capital e lucratividade dessas empresas em detrimento aos direitos dos trabalhadores, inviabilizando os ganhos sociais nessas localidades exploradas. |