Não te vejo, mas posso imaginar e sentir a tua dor: Quando a empatia atravessa os dispositivos digitais e alcança o coração - a cyberempatia!
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/251288 http://lattes.cnpq.br/1114509050220097 |
Resumo: | Compreendemos a importância da internet na vida das pessoas, as características positivas que esse meio oferece. Porém, para além das conquistas advindas do mundo virtual, muitos problemas de convivência permeiam esse lugar gerando um enorme sofrimento às pessoas. A exposição à violência se apresenta de forma mais intensa para esse sujeito, considerando o anonimato, durabilidade e a possibilidade de propagação dos conteúdos, aumentando essa dor consideravelmente. Por óbvio, tais problemas não surgiram devido esse meio de comunicação, mas caminharam para esse espaço. Diante dessa perspectiva, o sofrimento é menos percebido, uma vez que se faz necessário um maior esforço cognitivo para reconhecer o problema alheio. Portanto, como tornar as relações virtuais mais sensíveis? Será que a empatia pode ser um fator potencialmente eficaz para tais situações? Estaremos diante de um novo conceito – a cyberempatia? A partir dessas inquietações surgiu nosso problema de pesquisa: Os adolescentes demonstram cyberempatia na convivência virtual? Para responder tal indagação, esta investigação contou com 3 objetivos: a) verificar as situações de maior e menor evidência desse sentimento; b) identificar se existe diferença nos scores de cyberempatia demonstrados por meninas e meninos na convivência virtual; c) averiguar se existe diferença entre os scores de cyberempatia demonstrados por adolescentes entre 11 a 14 anos e 15 a 17 anos. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de caráter descritivo, e pode ser classificada como de campo. Para isso, utilizamos uma amostra inicial de 3.471 adolescentes, divididos em 1.992 estudantes de escolas públicas e 1.479 alunos da rede privada do estado de São Paulo. Todos são alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, com idades que variam entre 11 a 17 anos. Para o levantamento das informações foi utilizado um questionário no formato on-line, através da plataforma Google Forms. A construção do instrumento se deu por meio de outros dois instrumentos já existentes. Um deles foi elaborado no início de 2020 por membros do GEPEM e tratava de sentimentos e ações que promoveriam a convivência virtual entre adolescentes durante a pandemia. Outro instrumento utilizado para construir os itens de cybempatia foi a Escala da Empatia Multidimensional (RICHAUD; LEMOS; OUROS, 2013) que também foi usado para aplicação na Argentina, por Moreno, Segatore e Tabulo (2019), baseado no modelo da neurociência cognitiva social de Decety e Jackson (2004). O recorte ao qual se refere esta investigação contou com perguntas fechadas em duas seções: a) perfil dos participantes b) itens de cyberempatia. Os resultados encontrados mostram que os adolescentes se sensibilizam mais por pessoas conhecidas do que desconhecidas; a dimensão cognitiva é fundamental para conseguir imaginar os sentimentos alheios que estão atrás da tela. Encontrou-se também que as meninas são mais empáticas que os meninos, e não encontramos diferenças no nível de empatia entre as idades (11 e 14) e (15 a 17). Contudo, salientamos que esse resultado pode ser por limitação das análises. Sendo assim, como implicações pedagógicas dessa pesquisa, decorre a imprescindível formação de professores para utilizar o espaço escolar como um lugar de potência para desenvolver a cyberempatia nos jovens. |