Cyberagressão e pró-socialidade virtual entre adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Raul Alves de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243141
Resumo: As interações online estão cada vez mais presentes e impactam a convivência de adolescentes e jovens no cenário global. Temos enfrentado inúmeros problemas e desafios advindos das relações virtuais e das possibilidades que esse meio oferece. Em tempos de escolas sem paredes, tais problemas de convivência se interpenetram juntamente com as manifestações perturbadoras e violentas no cotidiano escolar e se tornam, mais do que nunca, um conteúdo a ser tratado nessa instituição cuja responsabilidade é também, garantida por lei, possibilitar a aprendizagem de formas mais positivas de conviver. Nesta direção, estudos atuais têm indicado que o combate às violências, ao bullying e demais problemas dessa ordem devem passar pela promoção de atitudes que promovam e fomentem a boa convivência são imprescindíveis. Por essa razão, desenvolver o sentimento de empatia como uma resposta afetiva de compreensão do estado emocional do outro a ponto de agir em seu benefício, manifestando assim, um comportamento pró-social, parece ser condição em tempos atuais. Compreendido como uma atitude voluntária e intencional de ajuda a outrem sem a necessidade de benefícios pessoais, o comportamento pró-social tem se mostrado importante aprendizagem, portanto, nas instituições que educam. E no cyberespaço? Tal indagação leva-nos a nosso problema de pesquisa: Como se manifestam os comportamentos pró-sociais entre adolescentes na vida virtual? Haverá correspondência entre comportamentos pró-sociais e os problemas de convivência percebidos pelos adolescentes em ambiente virtual? Entender como se dá a manifestação dos comportamentos pró-sociais em ambientes virtuais é o grande objetivo dessa pesquisa. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de caráter descritivo e conta com quatro estudos, divididos nos seguintes objetivos: Primeiro Estudo – Percepção dos adolescentes sobre sua participação nos problemas de cyberconvivência. Objetivos: 1. Identificar a prevalência e a forma de participação dos adolescentes nos problemas de cyberconvivência – autores, alvos e espectadores. 2. Verificar se há correspondência entre a atuação dos adolescentes (autores, alvos e espectadores) e as questões de gênero (meninas e meninos). 3. Verificar se há correspondência entre a atuação dos adolescentes (autores, alvos e espectadores) e as questões de raça (pessoas brancas e não brancas). 4. Verificar se há correspondência entre a atuação dos adolescentes (autores, alvos e espectadores) entre alunas e alunos de escolas públicas e privadas. Segundo Estudo – Percepção dos comportamentos pró-sociais entre adolescentes. Objetivos: 5. Construir uma escala psicométrica para a pró-socialidade virtual. 6. Comparar a prevalência de comportamento pró-social virtual entre meninas e meninos. 7. Comparar a prevalência de comportamento pró-social virtual entre adolescentes de dois grupos de faixas etárias distintas: Grupo 1 (11 a 14 anos) e Grupo 2 (15 a 17 anos). 8. Comparar a prevalência de comportamento pró-social virtual e a participação em situações de cyberagressão: autores x “não-autores”; alvos x “não-alvos”; espectadores x “não-espectadores”.Terceiro Estudo – Validação dos instrumentos de Cyberempatia (CE) e Pró-Socialidade Virtual (PSV). Objetivos: 9. Encontrar evidências de validade estatísticanum instrumento de medida para avaliar a cyberconvivência entre adolescentes a partir do constructo de Pró-Socialidade Virtual (PSV) por meio de análise fatorial exploratória (AFE) e coeficientes de consistência interna (Alpha de Cronbach – α). 10. Encontrar evidências de validade estatísticanum instrumento de medida para avaliar a cyberconvivência entre adolescentes a partir do constructo de Cyberempatia (CE) por meio de análise fatorial exploratória (AFE) e coeficientes de consistência interna (Alpha de Cronbach – α). Quarto Estudo – Comparação entre os escores de cyberempatia e pró-socialidade virtual.Objetivo: 11. Comparar os escores de cyberempatia e pró-socialidade virtual entre os adolescentes. Participaram dessa investigação 3.471 adolescentes, divididos em 1.992 estudantes de escolas públicas e 1.479 alunos da rede privada do Estado de São Paulo. Todos os alunos fazem parte dos anos finais do Ensino Fundamental, com idades que varia entre 11 e 17 anos. Para o levantamento das informações foi utilizado um questionário no formato online, através da plataforma Google Forms. O instrumento de investigação foi adaptado e construído por pesquisadores do GEPEM e contou com 44 perguntas fechadas e foi dividido em 4 partes: 1) Perfil dos participantes; 2) Tipologia das cyberagressões vivenciadas pelos adolescentes; 3) Mensurar os níveis de cyberempatia e 4) Mensurar os níveis de pró-socialidade virtual. Como resultados dessa pesquisa, pudemos observar que, com relação as cyberagressões, o perfil da pessoa envolvida precisa ser levado em consideração. Alunos de escola privada se envolvem mais nesse tipo de situação, assim como meninas têm um envolvimento mais grupal, quanto meninos, mais individualizado, através de ofensas e insultos. Para nossa amostra, não há diferença entre qual raça/etnia o adolescente se identifica. Conseguimos demonstrar evidências de validade estatística, em ambos os instrumentos (CE) e (PSV) através da A.F.E. e do coeficiente Alpha de Cronbach. Sobre o comportamento pró-social virtual, percebemos que meninas possuem escores mais altos de PSVdo que meninos e que não há diferença entre os grupos de faixas etárias (11 a 14 anos e 15 a 17 anos).