Existe barreira de isolamento reprodutivo entre as espécies do subcomplexo vitticeps (Hemiptera, Triatominae)?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sousa, Paulo Sergio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191721
Resumo: Triatoma melanocephala e T. vitticeps foram inicialmente agrupados no subcomplexo T. brasiliensis. Contudo, análises cariossistemáticas demonstraram que essas espécies não deveriam ter sido agrupadas com as espécies desse subcomplexo. Recentemente, T. melanocephala e T. vitticeps foram agrupadas em um novo subcomplexo intitulado T. vitticeps. Essas espécies são irmãs, compartilham características morfológicas e citogenéticas e, sobretudo, existem relatos de possíveis híbridos naturais ocorrendo na natureza. Como essas espécies estão isoladas reprodutivamente de todos os triatomíneos da América do Sul (pela divergência no número de cromossomos), consideramos importante realizar cruzamentos experimentais e avaliar se existem barreiras reprodutivas instaladas entre as espécies do subcomplexo T. vitticeps, pois acredita-se que diversos fatores, como as atuais mudanças climáticas e ambientais provocadas pelo homem, provavelmente, influenciarão no aumento da probabilidade de hibridação para as comunidades futuras, pois estão reorganizando as assembleias de espécies e derrubando as barreiras reprodutivas físicas, temporais e comportamentais, o que pode resultar em eventos de extinção, introgressão, ou, até mesmo, especiação. Assim, analisou-se se as espécies do subcomplexo T. vitticeps apresentam barreiras reprodutivas pré e/ou pós-zigóticas, por meio de cruzamentos experimentais e análise dos híbridos resultantes até a segunda geração (F2), com ênfase na análise da dinâmica evolutiva dos cruzamentos experimentais (cópula interespecífica, oviposição, eclosão e desenvolvimento dos híbridos), bem como na análise da viabilidade reprodutiva dos híbridos (espermatogênese e morfologia das gônadas masculinas e femininas). Os cruzamentos entre ♀ T. vitticeps x T. melanocephala ♂ não resultaram em híbridos, caracterizando, dessa forma, barreira pré-zigótica (possivelmente associada com isolamento gamético ou incompatibilidade genômica). Já os cruzamentos entre ♀ T. melanocephala x T. vitticeps ♂ produziram híbridos que, após chegar à fase adulta, foram estéreis (barreira pós-zigótica de esterilidade do híbrido) e apresentaram disgenesia gonadal bilateral (sem formação de gametas), confirmando o status específico de T. vitticeps e T. melanocephala, com base no conceito biológico de espécie.