Uso de óleo essencial de tomilho sobre fermentação ruminal, resposta imunológica, produção e qualidade do leite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Castro Filho, Edivilson Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192963
Resumo: A redução de células somáticas é o maior desafio para a melhoria da qualidade do leite, pois está relacionada com a ocorrência de mastite e consequentemente ao uso de antibióticos para seu controle, e prejuízos para a cadeia agroindustrial do leite. A busca por alternativas ao uso de antibióticos vem incentivando pesquisas na área de plantas medicinais. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do uso de óleo essencial de tomilho (TEO) sobre a fermentação ruminal de bovinos, resposta imunológica, produção e qualidade do leite ao longo de 2 experimentos. No primeiro experimento, para avaliar o nível de adição de TEO, por meio de parâmetros de fermentação e metabolismo ruminal, foram utilizados 4 bovinos Nelore (700 ± 44 kg PV), castrados, e canulados no rumen, distribuídos em delineamento quadrado latino 4 × 4, sendo 4 tratamentos experimentais e 4 períodos. Os tratamentos consistiram em: CON = controle, sem TEO; T2 = 2 mL / d de TEO; T4 = 4 mL / d de TEO; e T8 = 8 mL / d de TEO. O TEO teve como principal composto o timol, com 423 g/kg de timol na MS (matéria seca). Os animais foram alojados em baias semicobertas individuais (9 m2) com cochos e bebedouros individuais. Cada período experimental durou 21 dias (14 dias de adaptação e 7 dias de coleta de dados). Já no segundo, foram utilizadas 24 vacas da raça Jersey, com peso médio de 400 kg, em segunda lactação, 50 dias de lactação, com idade média de 36 meses e média de produção de leite de 22,05 kg/dia. Os animais foram submetidos a dois tratamentos: 0 mL/dia de TEO (CON) e 8 mL/dia de TEO (TEO; 423 g/kg de timol na MS), em delineamento inteiramente casualizado e alojados em baias individuais. No primeiro experimento o consumo e a digestibilidade da MS não foram afetadas pela utilização de TEO (média de 8,6 kg e 73,5%, respectivamente). Entre as variáveis do comportamento ingestivo, apenas o PP (parado em pé) diferiu com a inclusão da TEO (Linear, P = 0,03), onde os maiores valores foram observados nas maiores doses de TEO. A produção total de gás (mL/g MS) foi afetada quadraticamente pela adição de TEO (P = 0,05), com maiores volumes observados nos tratamentos CON e T8. Nenhum efeito do TEO foi observado nas concentrações de AGCC (ácidos graxos de cadeia curta), apenas tendência quadrática para N-NH3 no rúmen com os maiores valores nos tratamentos com maior adição de TEO. A TEO também não afetou as variáveis sanguíneas avaliadas neste estudo. Já no experimento 2, o consumo de MS, a eficiência e a produção de leite não foram afetados pela suplementação de TEO (P>0.10). Dentre os parâmetros qualitativos do leite, somente a Condutividade Elétrica (CE) tendeu a ser diminuída (P=0.07), no tratamento de 8 mL (5,12 mS/cm), observou-se também menor número de casos de mastite clínica e menor tempo de retorno a níveis aceitáveis de contagem de células somáticas após identificação e medicação no tratamento contendo TEO (2 casos e 4d vs 5 casos e 7d, respectivemente). Nos parâmetros sanguíneos, a ALT (alanina aminotransferase) tendeu a diminuir quando os animais foram suplementados com TEO (P=0.07, redução de 12% em relação ao controle), a Interleucina 2 aumentou quando TEO foi utilizado (P=0.04, aumento de 123% em comparação com o controle), enquanto a Interleucina 4 e a Imunoglobulina G tenderam a aumentar (P=0.07, P=0.09, respectivamente) em função do tratamento com TEO, aumentando 128 e 5%, respectivamente. A suplementação com TEO também tendeu a aumentar os níveis de melatonina no leite (P=0.08), com maior valor para o TEO (63.94 contra 57,53 pg/mL do controle), além de aumentar significativamente os teores de timol no sangue e no leite (P=0.02 e P<0.01 respectivamente), com as maiores médias de 10.68 ng/mL no sangue e 30.03 ng/10 mL de leite, ambas para o TEO contra 6,76 ng/mL no sangue e 5,93 ng/10 mL de leite do controle. A infusão de até 8 mL / d de óleo essencial de tomilho não provoca efeitos nocivos sobre o ambiente ruminal e a saúde animal. No entanto, mais estudos devem ser realizados para investigar maiores dosagens de TEO em dietas para bovinos de corte. Já na suplementação de vacas da raça Jersey no terço inicial da lactação, 8 mL TEO/dia não prejudica o consumo e o desempenho produtivo, e tende a melhorar a resposta do sistema imune, auxiliando no controle da incidência de mastite e manutenção da saúde da glândula mamaria.