Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Vitorino, João Marcos [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/295465
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Resumo: |
A presente pesquisa teve por objetivo identificar se (e como), a inclusão dos filhos de migrantes brasileiros no sistema educativo português tem efeitos nas práticas institucionais, e como o processo de acesso, inclusão e permanência se consolidam, tendo em vista a impositividade da ação/estrutura e dos aspectos endógenos e exógenos que caracterizam a cultura organizacional escolar. Partiu-se de uma análise em perspectiva da realidade, tendo em vista os aspectos macro, meso e micro e sua articulação perante a sociabilidade dos sujeitos em âmbito societário e as relações estabelecidas na escola. Dessa maneira, tomou-se como problema de pesquisa as seguintes inquietações: A inclusão de filhos de migrantes brasileiros no sistema educativo português tem favorecido a implementação de práticas organizacionais e interculturais inclusivas no contexto escolar? Qual cenário cultural se manifesta a partir da compreensão de tal diversidade em meio educativo, e quais as implicações disso na sociabilidade dos sujeitos? O estudo é de cunho qualitativo, e foi desenvolvido a partir da participação de pais e estudantes brasileiros do 2º e 3º ciclo, professores e diretores de escola portugueses, sendo articulada em quatro etapas. A primeira constituiu-se em convite e esclarecimentos relativos à investigação por meio da metodologia bola de neve. A segunda etapa foi desenvolvida a partir da aplicação de inquérito por questionário, que versou sobre a experiência social e a cultura organizacional escolar, seguida da terceira etapa, que buscou aprofundar os dados a partir da articulação de entrevistas semiestruturadas. A última etapa consistiu na análise e discussão dos dados obtidos em campo, e a consequente estruturação das reflexões acerca da dinâmica vivenciada neste processo. Os dados demonstraram que o fenômeno da migração se destaca como projeto familiar, de que resultam os processos de reagrupamento, com forte pendor econômico. Os pais dos estudantes estão expostos a dinâmicas laborais marcadas por baixa especialização, e suas interações no plano social são marcadas por desafios a nível de preconceitos e estigmas. Embora muitas vezes inseridos em dinâmicas socioeconômicas desfavoráveis, os participantes atribuem a continuidade do projeto migratório em função do acesso a cidadania portuguesa e dos atributos de qualidade de vida auferidos por Portugal. Em relação aos estudantes, não se observam formas de discriminação tão desenvolvidas quanto aquelas observadas pelos seus pais em nível societário, mas impulsiona-se a dinâmica do isolamento social como um dos fatores negativos preponderantes. O acesso à escola é marcado por um cenário cultural fragmentado, onde se reverberam desconexão e desfiliamento. Já a nível da inclusão, observam-se ações fomentadas a partir de subculturas, tecidas por profissionais da educação, numa clara manifestação diferenciadora de cultura. Em relação as práticas pedagógicas, estas são identificadas a partir de um pendor integrador. Desse modo, ressalta-se que o desafio que se coloca à inclusão dos migrantes brasileiros no plano escolar, não tem relação com a aceitação da diversidade, mas na necessidade contínua e arguta de se construir possibilidades democráticas para a sua articulação a partir de discussões que recoloquem a ênfase das decisões nas periferias escolares. |