A pessoa com autismo no mercado de trabalho: um estudo de caso da contratação à permanência no emprego

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Isabela Chicarelli Amaro [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258034
Resumo: A inserção da pessoa com TEA no mercado de trabalho é um processo complexo, dificultoso, mas, sobretudo, necessário do ponto de vista de seu desenvolvimento psicossocial e igualdade de direitos frente à atual estrutura social. Estudos apontaram grande dificuldade em inserir a pessoa com autismo no mercado de trabalho em comparação a outras deficiências, havendo, a necessidade de suporte adequado. Além disso, há dificuldades tanto em encontrar, quanto em manter o emprego, apesar de este ser um direito garantido por lei. Ainda existe um conjunto de aspectos que dificultam o ingresso de pessoas com TEA no mercado de trabalho, destacando-se o diagnóstico e a aceitação da família, a oferta limitada de serviços de reabilitação e qualificação profissional, dificuldades no processo de formação escolar e prejuízos na socialização, que, por conseguinte, impactam negativamente nas oportunidades de empregabilidade. Mesmo diante cenário de dificuldades, as contratações de pessoas com TEA ocorrem, embora em pequena escala, tornando importante, a descrição dos fatores que possibilitaram a sua inserção profissional. Neste sentido, o presente estudo aborda sobre o processo de inclusão da pessoa com autismo no mercado de trabalho por meio da análise de um estudo de caso de um jovem adulto contratado por uma empresa. O objetivo foi descrever e analisar a atuação no mercado de trabalho de uma pessoa com transtorno do espectro do autismo (TEA), descrevendo aspectos relevantes sobre seu trabalho, tais como: o desempenho de sua função, produtividade, relacionamento interpessoal, aspectos de remuneração e jornada de trabalho. Trata-se de pesquisa, de natureza descritiva com abordagem qualitativa, aprovada pelo Comitê de Ética. A coleta de dados foi realizada por meio de um roteiro de entrevista semiestruturado, dividido em blocos temáticos. Ao todo, foram realizados quatro encontros distintos, cada um com duração aproximada de uma hora e 30 minutos. As entrevistas foram gravadas e os dados transcritos integralmente em textos narrativos, sendo posteriormente, realizada a Análise de Conteúdo. Os resultados revelaram que o participante teve uma importante evolução no seu desenvolvimento, tanto no processo de formação acadêmica quanto na vida laboral, após seu ingresso no mercado de trabalho. O trabalho ofereceu oportunidades de aprendizado profissional, de habilidades de interação, autonomia e independência no autocuidado e na vida financeira. Tanto no relato do participante, quanto da mãe e da formadora, foi possível identificar a satisfação pelo ingresso e permanência no mercado de trabalho. Este estudo de caso revela que a inserção profissional de pessoas com TEA, além de ser possível, traz inúmeros benefícios para todos os envolvidos. É necessário desenvolver um conjunto de ações articuladas que envolvam o enfrentamento, o apoio, a confiança da família, valorizando-as potencialidades e buscando oportunidades para sua concretização. Portanto, os dados coletados indicam que a inclusão de pessoas com TEA no mercado de trabalho brasileiro ainda é um processo incipiente, que requer esforços contínuos e coordenados de diversas partes interessadas, mas que é plenamente possível.