Estudo sobre a presença de espaços propícios à comunicação de más notícias em hospitais escola do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Nathalia de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152269
Resumo: Introdução: A comunicação de más notícias envolve situações como a comunicação sobre diagnósticos que ameaçam a vida, a deterioração clínica ou mesmo a morte de um paciente. A forma como esse tipo de informação é transmitido pode ter um impacto profundo na compreensão dos pacientes e de seus familiares sobre a doença, sobre sua capacidade de lidar com a nova situação e pode amplificar ou diminuir o seu sofrimento. Várias pesquisas relativas à comunicação de más notícias nos cuidados de saúde enfatizam a importância de um ambiente físico apropriado para a condução desse processo. Todavia não foram encontrados estudos que tenham avaliado os espaços físicos onde essa comunicação se dá. Portanto, propôs-se o presente projeto de pesquisa com o objetivo de avaliar a presença e as características de ambientes apropriados para a comunicação de más notícias em hospitais escola do estado de São Paulo. Métodos: Todos os hospitais de ensino elegíveis foram convidados a participar do projeto. Uma vez que os hospitais aceitassem participar, era agendada uma visita guiada aos seguintes setores de cada hospital: Unidades de Terapia Intensiva (UTI), antessalas do centro cirúrgico, enfermarias de clínica médica, cirurgia, oncologia, neurologia, geriatria, pediatria e cuidados paliativos. Resultados: Foram convidados 30 hospitais para o estudo, dos quais 15 concordaram em participar. De 156 setores hospitalares visitados havia apenas 15 (9,6%) com salas para comunicação privada entre profissionais de saúde e pacientes/familiares. Em 98 (62,8%) dos setores visitados não havia sequer salas improvisadas que poderiam ser utilizadas para tais comunicações. Conclusão: Na maioria dos setores dos hospitais de ensino visitados há carência de espaços apropriados para comunicação de más notícias ou conversas privadas sobre questões sensíveis com pacientes ou familiares. A ausência de tais ambientes impõe barreiras à comunicação efetiva e empática entre profissionais de saúde e pacientes/familiares. O ambiente físico dos hospitais de ensino transmite mensagens importantes e silenciosas aos alunos, profissionais de saúde e pacientes sobre o que é valorizado ou não dentro dessas instituições. Refletir de forma crítica sobre a forma como os hospitais organizam seu espaço pode inspirar a reestruturação desses ambientes de acordo com os valores e metas pretendidas dessas instituições.