Bioatividade de extratos etanólicos de anonáceas em Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) e seu parasitoide de ovos Cleruchoides noackae (Hymenoptera: Mymaridae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tedesco, Flavia Galvan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217932
Resumo: Thaumastocoris peregrinus Carpintero & Dellapé, 2006 (Hemiptera: Thaumastocoridae), o percevejo bronzeado do eucalipto é considerado uma das principais pragas sugadoras do eucalipto, sendo manejado majoritariamente por produtos químicos e parasitoide de ovos Cleruchoides noackae Lin. e Huber (Hymenoptera: Mymaridae). Buscando alternativas para o controle de pragas florestais e a e a possibilidade de utilização destes extratos no MIP (manejo integrado de pragas) juntamente com os parasitoides, a bioatividade dos extratos de Annona mucosa Jacq., Annona muricata L, e Annona sylvatica A. St.-H., foi avaliada sobre adultos e ninfas de T. peregrinus e sobre o parasitoide C. noackae, e comparados ao inseticida comercial botânico à base de limonoides (Azamax®) e a bifentrina (Capture®), por meio de ensaios de laboratório. Nos ensaios preliminares (screening) sobre T. peregrinus os extratos de A. mucosa, A. muricata e A. sylvatica nas concentrações de 50 mg.L-1 e 12,5 mg.L-1 para adultos e ninfas respectivamente, podem ser comparados ao inseticida sintético Capture® utilizado como controle positivo. Posteriormente, foram testadas as CL50 e CL90 dos extratos sobre adultos (0, 0,11, 0,22, 0,33, 0,44, 0,55, 0,66, 0,77, 0,88 e 1%) e ninfas (0, 0,0357, 0,071, 0,107, 0,14, 0,178, 0,21 e 0,25%) de T. peregrinus, sendo então observadas concentrações baixas para tal, em adultos de T. peregrinus, a CL50 dos extratos A. sylvatica, A. muricata e A. mucosa apresentaram concentrações-resposta de 7,5 mg.L-1 , 41,5 mg.L-1 e 5,1 mg.L-1 respectivamente, e CL90 de 19,2 mg.L-1, 127,8 mg.L-1 e 14,5 mg.L-1 respectivamente. Para ninfas de T. peregrinus, a CL50 dos extratos de A. sylvatica, A. muricata e A. mucosa foi de 3,6 mg.L-1, 7,3 mg.L-1 e 1,7 mg.L-1 respectivamente, a CL90 foi de 10,1 mg.L-1, 23,0 mg.L-1 e 5,9 mg.L-1 na mesma ordem. Os tempos letais para matar 50% da população de adultos e ninfas também foram testados, para adultos de T. peregrinus, o extrato de A. mucosa apresenta TL50 de 10 horas nas concentrações de 0,44%, 0,55%, 0,66%, 0,77% 0,88% e 1%, já para ninfas o menor TL50 foi atingido pelo extrato de A. mucosa em 3 horas, na concentração de 0,18%. Para o teste de preferência de infestação com chance de escolha, testado na CL50 de cada um dos três extratos observa-se uma preferência dos insetos adultos de T. peregrinus pelas folhas tratadas com água destilada esterilizada. Quanto aos extratos de A. sylvatica e A. muricata sobre C. noackae, estes foram aplicados nas concentrações de 50 mg.L-1 e 12,5 mg.L-1, e então avaliados por 24 horas. Ao final do teste nota-se que que os extratos de A. sylvatica e A. muricata reduziram a sobrevivência do parasitoide de ovos pois causam mortalidade destes em até 12 horas após aplicação. Para o teste pré parasitismo, é possível observar que existe um efeito dos tratamentos sobre o parasitismo, pois não existiu emergência de C. noackae após 15 dias de aplicação. No teste de pós parasitismo, houve emergência de C. noackae nas duas testemunhas e nos tratamentos A. sylvatica 12,5 mg.L-1, A. muricata 12,5 mg.L-1 e 50 mg.L-1, não existiu emergência de insetos nos tratamentos de A. sylvatica 50 mg.L-1 e Capture®. Os resultados evidenciam o potencial dos extratos etanólicos de sementes de A. sylvatica, A. muricata e A. mucosa para o controle de adultos e ninfas de T. peregrinus. No entanto, os extratos de A. sylvatica, A. muricata afetam a sobrevivência e a emergência de C. noackae necessitando de mais estudos para a utilização dos dois métodos de controle de T. peregrinus de forma associada.