Clarice Lispector: a escritura e o ofício de escritor em Cartas perto do coração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Domingos, Priscila Berti [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/141947
Resumo: Esta pesquisa tem como objeto de estudo as cartas trocadas entre Clarice Lispector e Fernando Sabino reveladas ao público em 2002 pelo autor mineiro, que as publicou sob o nome de Cartas perto do Coração, obra em que revelou as cartas que recebia cotidianamente de Clarice e toda a cumplicidade e envolvimento literário que havia entre eles. Publicadas integralmente, as cartas remontam um período que vai de 21 de abril de 1946 a 29 de janeiro de 1969. O início desse contato mostra dois jovens que tinham acabado de completar 20 anos, uma época de muito investimento nos projetos pessoais e profissionais e também de muita insegurança diante do mundo e dos próprios escritos. O objetivo deste trabalho é analisar os componentes de interesse literário que revelam a criação, a escritura e o ofício do escritor. A importância desse estudo está no fato de que se entende aqui que esta correspondência é um lugar de ensaio, pensamento e de literatura de Clarice Lispector e, sobretudo, porque se acredita que esse conjunto de cartas possa ser entendido como um tratado apaixonado sobre a escritura e sobre o ofício do escritor. Figuram na obra revelações e queixas, filosofias do cotidiano, mas, sobretudo, questões literárias, o que comprova o quanto a carta é um gênero proteiforme ou seja, é impossível impor a ela uma forma e uma figura únicas, o que não significa que seja um gênero sem limites, ainda que esses limites sejam constantemente friccionados. Importa também apontar que na obra em questão as cartas têm um valor poético em que a linguagem toma o primeiro plano da criação e aparecem nelas, sobretudo, a preocupação com (i) para que fazer literatura; (ii) escrever por que e para quem; (iii) o fazer poético; (iv) a procura pela forma mais precisa de expressar o inexprimível.