Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Neves, Haroldo Millet |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/237431
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Resumo: |
Introdução: Os distúrbios hipertensivos da gestação constituem uma das principais causas de mortalidade materna e perinatal em todo o mundo, sendo que a pré-eclâmpsia complica 2 a 8% dessas gestações. No Brasil, a pré-eclâmpsia contribui com um quarto de todos os óbitos maternos registrados. A reação inflamatória sistêmica exacerbada que ocorre na pré-eclâmpsia é caracterizada por produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias como Interleucina-1 (IL-113), IL-6 e fator de necrose tumoral-α (TNF-α) e de quimiocinas, bem como deficiência na síntese da citocina anti-inflamatória IL-10, importante fator capaz de regular a resposta inflamatória. Como manifestação clínica, a pré-eclâmpsia pode evoluir para situações críticas, diretamente relacionadas com as altas taxas de morbimortalidade materna e perinatal, que são a crise ou emergência hipertensiva, a síndrome HELLP e a eclampsia. A eclampsia, definida pela manifestação de crise convulsiva tonico-clonica generalizada, em gestante com pré-eclâmpsia, é considerada uma das mais sérias complicações da doença. Evidências na literatura demonstram que o sulfato de magnésio (MgSO4) é a medicação de escolha para prevenção e tratamento da eclampsia. Objetivo: Considerando-se a ação terapêutica do MgSO4 na prevenção e tratamento da eclampsia, o presente avaliou o efeito imunomodulador de diferentes esquemas de sulfato de magnésio administrados por via intravenosa sobre a concentração de citocinas pró- e anti-inflamatórias em gestantes com diagnóstico de iminência de eclampsia ou de eclampsia. Sujeitos e métodos: Foram avaliadas 33 gestantes pré-eclâmpticas, com diagnóstico de iminência de eclampsia ou de eclampsia, em estudo transversal unicego e alocadas segundo os esquemas de MgSO4, em dois grupos: esquema de Zuspan (16 gestantes) e esquema de Sibai (17 gestantes). Após a inclusão da paciente no estudo coletou-se amostra de sangue antes da administração da dose inicial de cada esquema de MgSO4, após 24h e 48h de tratamento, determinando-se as concentrações séricas de Interleucina (IL)-1 beta (IL-1p), IL-6, IL-10 e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α). Os resultados foram analisados por testes paramétricos ou não-paramétricos, com nível de significância de 5%. Resultados: O tratamento com MgSO4, segundo o esquema de Zuspan, não alterou as concentrações de TNF-α nos três momentos estudados, enquanto o tratamento com o esquema de Sibai reduziu significativamente esses valores nos momentos 24h e 48h pós-tratamento. Ambos tratamentos reduziram significativamente a concentração de IL-1 p em comparação ao período pré- tratamento. Houve redução significativa da concentração de IL-6 apenas no período de 48h do esquema de Zuspan, enquanto no esquema de Sibai os valores dessa citocina foram significativamente menores tanto após 24h como 48h. A concentração sérica e IL-10 foi semelhante nos três momentos do tratamento com o esquema de Zuspan, enquanto que com o esquema de Sibai houve aumento da concentração dessa citocina no período de 48h após o tratamento. Conclusão: O presente estudo permite concluir que, em gestantes portadoras de iminência de eclampsia ou de eclampsia, o MgSO4 administrado segundo o esquema de Sibai determinou efeito modulador precoce sobre a produção de citocinas pró-inflamatórias em relação ao esquema de Zuspan e ativou a produção da citocina anti-inflamatória IL-10, demonstrando seu papel imunoregulador sobre a resposta inflamatória sistêmica presente na pré-eclâmpsia. |