Cadeia produtiva dos frutos da Campomanesia phaea (cambuci): prospecção de produtos medicinais, aromáticos e alimentícios e sua inserção no mercado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ronchi, Helena Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/204583
Resumo: Objetivou-se neste trabalho estudar a produção e a comercialização do fruto do cambuci, bem como, prospectar novos produtos com potenciais cosméticos e medicinais. A coleta de dados da produção e comercialização foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas onde pretendeu-se: caracterizar os produtores que realizam essa prática atualmente; o manejo empregado na produção dos frutos; os produtos desenvolvidos a partir do cambuci; e a relação comercial desenvolvida. Foram entrevistados 10 produtores de cambuci, onde os quais possuem uma relação longa de trabalho com a espécie. Para 80% dos entrevistados, a atividade econômica gerada a partir dos frutos funciona como uma alternativa de complementação de renda, já que essa prática corresponde 40% da renda arrecadada mensalmente. Eles trabalham no manejo da planta há mais de dez anos e trocam, entre eles, técnicas que melhoram a eficiência da produtividade da fruta, já que existe carência de informações e pesquisas sobre melhores técnicas produção da planta. Eles definiram procedimentos desde a produção de mudas e tratos culturais até a pós colheita e comercialização. A relação comercial do fruto e dos produtos alimentícios elaborados a partir dele é informal. A prática comercial é realizada, indicada por 100% dos produtores, na base da confiança com o consumidor. E os produtos são artesanais, o que visto por um lado de grande interesse do consumidor, pois esse produto traz com ele originalidade e valorização cultural. Mas já por um outro, como um produto que não seguem legislações especificas para a venda e comércio, podendo trazer riscos. Quanto a prospecção de novos produtos, este foi realizado a partir do extrato absoluto dos frutos do cambuci. O extrato foi obtido através de duas técnicas: enfloração (enfleurage) e extrato etanólico e deles, foram realizadas análises de compostos bioativos, os compostos voláteis e a atividade biológica. Para os compostos bioativos foram realizadas as análises de atividade antioxidante pela redução do Ferro (FRAP). E por sequestro do radical livre (DPPH). Foi determinado ainda, os compostos fenólicos totais pelo espectrofotométrico com o uso reativo de Folin-Ciocalteau. A identificação das substâncias voláteis foi realizada através do micro extração em fase sólida (SPME, do inglês Solid Phase Microextraction). Para analisar a capacidade antibacteriana, foram testadas cepas de Listeria monocytogenes (ATCC 7644), Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Escherichia coli (ATCC 25922) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853). Os micro-organismos foram espraiados sobre placa com ágar Müeller-Hinton (Kasvi®, São José dos Pinhais, Brasil) na concentração de 1,5x108 UFC mL-1 em solução salina (0,85% NaCl p/v). Para determinar a atividade antifúngica, foram utilizados os fungos filamentosos Fusarium oxyporum (IOC 4065), Aspergillus fumigatus (IOC 0081), Penicillium expansum (IOC 4076) e Candida albicans (IOC 2508). As placas foram incubadas por 72 h a 30ºC. Foi utilizada salina 0,85% (NaCl m/v) como controle negativo e anfotericina B a 2 mg mL-1 (Anforcin B 50 mg- Cristália®, Itapira, Brasil) como controle positivo. Os resultados gerados nas três frentes indicaram boas perspectivas para novos usos para o fruto de cambuci, além do uso alimentício, o que é praticado atualmente. Os extratos do fruto mostraram ações de atividade antioxidantes, bem como controle tanto da atividade bacteriana quanto fungicida. E quanto aos compostos voláteis foi possível observar uma diferença de compostos entre os extratos, porém, apresentaram aromas que poderiam ser utilizados tanto na aromatização de alimentos como em indústrias fármaco-cosméticas.