Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Ana Carolina Biscolla de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/254935
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Resumo: |
Amara Moira é travesti escritora e doutora em teoria literária pela Universidade Estadual de Campinas. Durante o doutorado, atuou como prostituta e relatou as suas experiências na obra E se eu fosse puta, publicada em 2016. Em 2018, o livro passa por uma revisão e ampliação, sofrendo uma alteração no título: E se eu fosse pura. Moira (2018) escreve que a mudança tem um caráter político, pois a palavra “puta”, estampada na capa, impossibilitava a circulação; não era algo aprovado socialmente. Assim, têm-se a troca dos termos, que dialoga com a similaridade estrutural das palavras, mas há uma diferença semântica entre elas. Ademais, na sociedade, os termos são vistos como antagônicos, porque uma puta não pode ser pura. Essa concepção dialoga com os pressupostos de Foucault (1985, 2021a e 2021b) a respeito da história da sexualidade e com a teoria de Butler (1993) a respeito dos corpos e das performances de gênero. Para compreender tais aspectos na produção de Moira, estudaremos conceitos de escrita de vida, de maneira histórica, passando por Lejeune (2014), que entende a autobiografia como uma narrativa retrospectiva em prosa, na qual a pessoa reflete sobre a própria existência, por Olney (1980), posicionando a autobiografia como um texto que trata a profundidade do ser, colocando o gênero como uma forma de descobrir as características variantes da sociedade e, finalizando em Smith & Watson (1998, 2010), pois expandem as ideias a respeito da autobiografia, utilizando o termo escrita de vida para abranger o tratamento de atos autobiográficos. Com isso, o intuito do presente trabalho é estudar a escrita de vida na obra E se eu fosse pura (2018) e como a autora se constitui como sujeito a partir de sua produção. Para isso, discutimos aspectos da autobiografia e a sua importância sociocultural, analisando como o objeto de estudo constitui-se como uma escrita de vida. Para tal, nos pautamos em teorias a respeito da constituição do sujeito, do relato autobiográfico e das perspectivas queer na literatura e na sociedade. Baseamo-nos em Philippe Lejeune, James Olney, Smith & Watson e Julie Rak para discorrer sobre o que a teoria compreende por autobiografia; Genette (2015, 2017) como uma forma de compreender o foco narrativo; Soares (2020), Almeida (2023) como base para o estudo da representatividade e para o estudo da produção da literatura travesti. |