Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Farias, Ariane Ávila Neto de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/10400
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Resumo: |
São diversos os estudos que mostram que as diferenças biológicas entre homens e mulheres são a base para subjugação social e cultural feminina. É pelo seu corpo e sua sexualidade, aspectos que, a partir do Renascimento, demarcam a negatividade do sujeito feminino, que a mulher é oprimida e dominada. Colocada em segundo plano e, tomando a proteção masculina, como necessária, a mulher configura-se como o "Outro"; aquele que é tudo o que o homem não é, a falta e a incompletude, enquanto esse é o detentor do poder e da razão. Dessa forma, é que as questões referentes à maternidade são, então, percebidas como a realização integral de seu destino. Historicamente, o exercício do fazer materno foi moldado a partir de valores patriarcais; o ideal de mulher-mãe constituiu-se a partir da abnegação e devoção total aos filhos, sendo o amor o único sentimento esperado na relação por esses sujeitos traçada. Essa situação teve como consequência o total apagamento da mulher-mãe, um feminino marcado pela solidão e culpa, principalmente, quando da impossibilidade de adequação aos padrões sociais preestabelecidos. A presente tese objetiva discutir acerca do modo como a construção narrativa do sujeito-mãe se apresenta em narrativas brasileiras contemporâneas. O corpora selecionado para essa pesquisa constitui-se de quatro narrativas de autoras brasileiras contemporâneas: Uma Duas (2018), de Eliane Brum, O peso do pássaro morto (2017), de Aline Bei, Quarenta Dias (2014), de Maria Valéria Rezende e Com armas sonolentas (2018), de Carola Saavedra. As narrativas aqui analisadas apontam para uma ressignificação da maternidade, de modo que clarificam a multiplicidade que a envolve, sugerindo o necessário reconhecimento dos diferentes sentimentos e ações que perpassam esse fazer, desatrelando-a do olhar romantizado, construído pelo discurso do patriarcado, da abnegação e da entrega total do feminino. Para tanto, as reflexões propostas neste trabalho partem das contribuições de teóricas que se debruçaram sobre o temática da maternidade, como Nancy Chodorow (1978), Elizabeth Badinter (1985), Adrienne Rich (1986), entre outras, bem como estudiosas que debatem o status do feminino no decorrer da história, como Silvia Federici (2017) e Beauvoir (2009). |