Impacto da reposição hídrica e da capacidade funcional na dinâmica não linear da frequência cardíaca em exercício e recuperação em coronariopatas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Laurino, Maria Júlia Lopez [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
DFA
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191725
Resumo: A presença de doenças cardiovasculares e uma reduzida aptidão cardiorrespiratória são fatores que atrasam a recuperação autonômica pós-exercício. Essa condição contribui para um pior prognóstico clínico e favorece a ocorrência de eventos agudos, como isquemias e arritmias após o exercício. Nesse sentido, técnicas capazes de acelerar a recuperação pós-exercício de indivíduos que apresentam essas características devem ser estudadas. Objetivos: Investigar a influência da hidratação na dinâmica não linear da frequência cardíaca (FC) durante os períodos de exercício e recuperação de indivíduos coronariopatas, e ainda, investigar essas respostas considerando diferentes níveis de aptidão cardiorrespiratória. Metodologia: 31 homens coronariopatas foram submetidos aos seguintes procedimentos: I. Teste de esforço máximo, que determinou a carga do exercício realizado nas etapas seguintes (60-80% da FC atingida no limiar anaeróbio) e a divisão da população nos grupos pior (n = 15) e melhor (n = 16) capacidade funcional de acordo com a mediana dos valores de VO2pico; II. Protocolo controle (PC) e III. Protocolo hidratação (PH) análogos a uma sessão de reabilitação cardiovascular, compostos pelos períodos de repouso, aquecimento, exercício aeróbio e recuperação. No PC foi identificada a quantidade de líquido perdida por cada voluntário durante o experimento e no PH essa quantidade foi reposta com 8 porções iguais de água mineral durante os períodos de exercício e recuperação, em intervalos regulares de 10 minutos. Para análise do comportamento não linear da FC nos períodos de exercício e recuperação foram calculados os índices do plot de recorrência (REC, DET, SampEn e ApEn), da análise de flutuações depurada de tendência (DFA-total, Alfa-1, Alfa-2) e da análise simbólica (0V, 1V, 2LV, 2ULV). Para a avaliação da influência da hidratação nos grupos com diferentes capacidades aeróbias foram considerados os índices do plot de recorrência e do plot de Poincaré (SD1, SD2 e relação SD1/SD2). Resultados: Para a população de coronariopatas, em exercício, as respostas observadas foram fisiológicas e não se alteraram com a hidratação, porém para a análise da recuperação houve interação entre os protocolos para os índices REC (p = 0,015) e Alfa-1 (p = 0,039) e foram encontradas diferenças entre os momentos para todos os índices (p<0,01). No PH a recuperação de todos os índices ocorreu entre o 5º e 20º min de recuperação, enquanto no PC apenas os índices DFA-total, 1V e 2LV se recuperaram dentro do período de 60 minutos. Não foram encontradas diferenças significantes entre os protocolos para os índices analisados (p>0,05). Considerando os diferentes níveis de aptidão cardiorrespiratória, durante o exercício a perda de líquidos modificou a dinâmica não linear do grupo com menor aptidão. No período pós-exercício não foram encontradas diferenças entre os protocolos e interação momento vs protocolo (p>0,05), contudo diferenças foram observadas entre os momentos (p<0,05). O grupo com menor capacidade funcional apresentou melhor recuperação no PH para os índices REC, DET, SampEn, SD1 e relação SD1/SD2 e o grupo com maior condicionamento apresentou melhor recuperação no PH para os índices SampEn e SD1. Conclusão: O protocolo de hidratação utilizado não influenciou o período de exercício, porém acelerou a recuperação da dinâmica não linear da FC de coronariopatas. Considerando os diferentes níveis de aptidão cardiorrespiratória, o protocolo de hidratação minimizou a alteração não linear durante o exercício dos indivíduos com menor capacidade funcional e ainda teve maiores efeitos nesses indivíduos durante a recuperação.