O valor é pariwat: território, reprodução social e expropriação na perspectiva das mulheres Munduruku

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Chaves, Kena Azevedo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257247
Resumo: O povo Munduruku vive na Bacia do Tapajós sob intensa pressão de megaprojetos de infraestrutura, projetos de mineração, expansão da fronteira agrícola, além de enfrentar cotidianamente invasores, desmatadores, grileiros e garimpeiros. Como forma de organização da resistência, este povo conduz um amplo movimento que articula estratégias de ação para proteção dos territórios demarcados ou reivindicados em toda a bacia. Nos últimos anos, a presença das mulheres tem sido intensificada em todos os espaços de organização do povo Munduruku e, recentemente, lideranças mulheres passaram a assumir a linha de frente dos enfrentamentos que compreendem ações de vigilância, monitoramento e autodemarcação do território, pressão sobre o Estado e empreendedores, além de articulação com outras instâncias do movimento indígena. Em sua atuação, as mulheres iluminam a relação inseparável entre o território e manutenção da vida e apontam para o avanço da expropriação capitalista como vetor de conflitos e violências. Ao tomar como recorte a organização e participação das mulheres nas ações conduzidas pelo povo Munduruku para defesa de seus territórios, cruzaremos leituras do feminismo marxista e da Geografia para tratar dos processos de expropriação que atravessam os territórios deste povo. Ao sustentar a interpretação da resistência indígena como uma luta de fronteira que integra a totalidade do capitalismo, como na concepção de Nancy Fraser, partiremos das narrativas das mulheres sobre a relação entre território, reprodução social e expropriação, para argumentar sobre como se expressa o conflito entre acumulação capitalista e reprodução social em um contexto no qual o cotidiano de manutenção da vida é inseparável da reprodução da natureza.