Estrógenos em águas estuarinas: estudo analítico e ambiental para o estuário Santos-São Vicente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gonçalves, Renato Miani [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/142851
Resumo: O sudeste brasileiro é a região mais populosa do país, estando nele o estuário de Santos-São Vicente, com aproximadamente 1,5 milhões de habitantes. Localizado nesse complexo estuarino, está o Porto marítimo mais movimentado da América Latina e um dos mais importantes pólos petroquímicos do país. Nessa região o tratamento de esgoto sanitário é praticamente inexistente (cobrindo aproximadamente 20% de toda população), não havendo estudos sobre a ocorrência ambiental e a dinâmica de estrógenos ou outros alteradores endócrinos no local. Por outro lado, frequentemente os estudos ambientais existentes sobre a ocorrência de contaminantes, negligenciam a confiabilidade analítica. Frente à esse cenário, o presente estudo apresenta a determinação de estrógenos (17α–etinilestradiol (EE2), 17β-estradiol (E2) e estriol (E3)) em água do mar com alta confiabilidade, utilizando método baseado em extração em fase sólida (SPE) e análise por HPLC-FLD, com o uso de ferramentas estatísticas para a modelagem da curva analítica, avaliação do efeito matriz e estudo de conservação dos cartuchos SPE após a eluição da amostra. O processo de validação analítica mostrou valores adequados de recuperação (76-94%, para diferentes concentrações de EE2, E2 e E3), precisão (coeficiente de variação menor que 20%) e seletividade. Os limites de deteção do método para o EE2, E2 e E3 foram respectivamente de 9,7, 2,3 e 4,3 ng L-1. Cinco curvas analíticas para cada composto foram utilizadas para avaliar o efeito matriz, sendo as soluções padrões preparadas em solvente (acetonitrila), água marinha artificial (S=30) e agua marinha, sendo para essas últimas, os padrões adicionados hora antes da extração, hora após a eluição da amostra no cartucho. Para o preparo de cada curva analítica foram utilizados seis concentrações diferentes dos padrões, sendo as curvas analíticas refeitas para cada amostragem realizada. O modelo teve por base a regressão linear, utilizando ajuste por mínimos quadrados, sendo o mesmo avaliado por análise de variância (ANOVA). Os resultados mostraram efeito matriz para todos os analitos. A conservação dos analitos nos cartuchos SPE foram avaliados para 6; 22; 29; 55 e 80 dias, e os resultados evidenciaram que não houve diferença significativa entre eles. Foram realizadas três amostragens no estuário de Santos-São Vicente, em março de 2014 (12 pontos amostrais de superfície), e fevereiro e junho de 2015 (com 15 pontos amostrais de superfície e 6 pontos amostrais de águas de fundo, na baía de Santos). Os valores de concentração para o estriol (mais frequentemente encontrado) variaram entre ND-354 ng L-1, para o 17β-estradiol de nd-18 ng L-1 enquanto o 17α–etinilestradiol não foi quantificado em nenhuma das amostras. Não foram observadas diferenças entre as amostragens nas diferentes estações do ano, sendo as maiores variações de concentrações observadas no âmbito de diferentes comportamentos de maré (sizígia e quadratura). No geral, os valores de concentrações encontrados para o estriol e estradiol podem acarretar riscos aos organismos aquáticos quando os mesmos são expostos à esses alteradores por longos períodos.