Restauração passiva em bananais abandonados: uma contribuição para a análise ecológica e espacial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bim, Ocimar José Baptista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251250
Resumo: As técnicas de recuperação de áreas degradadas por revegetação necessitam de razoável aporte de recursos financeiros para sua execução, o que acaba dificultando ou inviabilizando a condução de projetos de restauração assistida por parte de produtores rurais. Assim, o abandono de áreas antes ocupadas com cultivo agrícola para fins de recuperação, se apresenta como uma possibilidade de restauração ecológica. O objetivo deste trabalho foi analisar o processo de regeneração passiva em áreas de bananais abandonados, por meio de levantamentos e análises da florística, do estoque da serrapilheira, dos índices de diversidade, da cobertura de copas e das condições físicas e químicas do solo e suas relações com a radiação solar, os ventos, a declividade e as vertentes. A geoestatística foi utilizada para análise da dependência espacial, por meio do ajuste dos semivariogramas, validação cruzada e krigagem ordinária. Foram estudadas duas áreas cujo manejo dos bananais foi abandonado em diferentes tempos: a Área 1, com 8 anos de abandono, e a Área 2, com 4 anos, ambas localizadas no município de Cajati, região do Vale do Ribeira/SP e no interior de Unidades de Conservação. As parcelas (total de 52 na Área 1 e 53 na Área 2) foram georreferenciadas em formato circular com 100 m² cada. Os resultados indicam que está ocorrendo a regeneração natural nas duas áreas, com a Área 1 apresentando resultados mais adequados que a Área 2 em termos de quantidade de indivíduos regenerantes, famílias, espécies e diversidade. No total, foram inventariados 4361 indivíduos regenerantes, pertencentes a 32 famílias botânicas e 81 espécies. A família mais abundante encontrada foi a Fabaceae, representando 20% do total inventariado. Na Área 1, foram registrados 2455 indivíduos regenerantes (4721 ind.ha-1) distribuídos em 81 espécies e 32 famílias botânicas. Na Área 2, 1906 indivíduos regenerantes (3592 ind.ha-1) distribuídos em 23 famílias botânicas e 52 espécies. O índice de Shannon H’ da Área 1 (3,326) está próximo do limite máximo do índice, indicando alta diversidade. Na Área 2 o índice de Shannon H’ apresenta valor menor (2,72), e que pode estar associado ao menor tempo de abandono do manejo do bananal. O estoque de serrapilheira no solo totalizou 4,7t.ha-1 (Área 1) e 2,7t.ha-1 (Área 2). A cobertura de copas na Área 1 é de 80,0% e Área 2 de 60,0%. A fertilidade e as condições do solo do solo das duas áreas apresentaram bons indicadores para culturas florestais. A análise geoestatística demonstrou que, das oito variáveis analisadas nas duas áreas, apenas quatro (Nº de espécies, Nº de indivíduos, Nº de pés de banana e Serrapilheira) apresentaram dependência espacial forte, possibilitando a interpolação por krigagem ordinária e resultando em mapas de espacialização. A boa condição física e química do solo, a localização próxima a florestas bem preservadas, e as condições de relevo, radiação solar e vertentes, formam uma conjunção de fatores positivos influenciando no processo de regeneração passiva das áreas estudadas. Os resultados do estudo comprovam que áreas com bananais abandonados podem, ao longo do tempo, se transformar em floresta.