Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Cava, Mário Guilherme De Biagi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181189
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Resumo: |
Apesar da expressiva demanda para recuperação da vegetação nativa de Cerrado em pastagens abandonadas, pouco se sabe sobre a dinâmica de recuperação espontânea destes sistemas, dificultando a tomada de decisão sobre qual estratégia de restauração adotar. Neste estudo, amostramos 31 savanas secundárias resultantes da conversão de savanas naturais primárias em pastagens cultivadas e subsequente abandono e estudamos a regeneração natural da vegetação. Primeiramente, construímos uma cronosequência com 29 dessas pastagens (tempo de abandono variando entre 3 e 25 anos) e modelamos, com uso de regressões lineares simples, as trajetórias temporais de atributos da vegetação. A partir desses modelos, estimamos o tempo necessário para os atributos se igualarem aos valores de dois ecossistemas de referência, o Cerrado stricto sensu (savana natural primária, que representa o estado pré-perturbação) e o Cerradão (savana adensada, resultante da supressão do fogo, que representa um estado alternativo da vegetação). Ainda, analisamos a composição das comunidades vegetais estudadas. Posteriormente, modelamos, com uso de modelos lineares generalizados e regressões simples, o efeito do tempo desde o abandono da pastagem, de atributos do solo e da paisagem sobre a taxa anual de recuperação das savanas secundárias (n=29), a fim de investigar a influência desses fatores sobre o ritmo de recuperação da vegetação. Evidenciamos, a partir dos modelos baseados na cronosequência, que a cobertura, riqueza e densidade de árvores aumentaram rapidamente com o tempo desde o abandono das pastagens, ultrapassando facilmente os valores do Cerrado stricto sensu (28 anos) e atingindo os valores do Cerradão aos 49 anos após o abandono. A cobertura e a riqueza do estrato rasteiro aumentaram em um ritmo muito mais lento. Como as espécies deste estrato são intolerantes à sombra, elas serão eliminadas pelo fechamento do dossel ao longo do tempo. Até 25 anos após o abandono, verificamos que muitas espécies do Cerrado stricto sensu ainda não colonizaram as savanas secundárias, principalmente espécies do estrato rasteiro. Não encontramos influência do tempo desde o abandono da pastagem ou da distância do remanescente de vegetação nativa mais próximo sobre a taxa anual de recuperação das savanas secundárias. Por outro lado, uma pequena parte da variação do ritmo de recuperação da vegetação foi explicada em nossos modelos pelos atributos do solo (proporção de partículas finas, resistência à penetração e saturação por bases) e pela cobertura de vegetação nativa remanescente no entorno da pastagem. Contudo, não encontramos um fator isolado ou um conjunto único de fatores que explique a variação da taxa anual de recuperação para todos os componentes da vegetação. Apesar do elevado potencial de regeneração natural do Cerrado, o estado ecológico final das comunidades em recuperação será similar ao Cerradão (estado alternativo). Assim, se a meta da restauração é recuperar o sistema ao estado pré-perturbação, a restauração ativa (e.g. reintrodução do fogo, remoção de árvores, plantio de gramíneas nativas) será necessária. Considerando que há ampla variação no ritmo de recuperação da vegetação entre locais e que os nossos modelos lineares generalizados apresentaram baixo poder preditivo, inviabilizando sua aplicação para a tomada de decisão em larga escala, sugerimos que o monitoramento da vegetação seja efetuado caso-a-caso, para inferir sobre o potencial de regeneração natural do Cerrado e o nível de esforço requerido para restaurar o sistema ao estado pré-perturbação. |