Discurso sobre a jovem negra na revista Capricho: uma análise dialógica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Gabriela Cristina da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250118
Resumo: Este trabalho analisa dialogicamente a construção da identidade da jovem negra nos números impressos e no site da Capricho. Para tanto, o corpus desta pesquisa qualitativa é composto por enunciados selecionados nas revistas impressas entre os anos de 2012 a 2014 e em seu site, de 2012 a 2022, totalizando dez anos. As questões que norteiam nosso trabalho são: se e como a Capricho, no período estipulado, incorpora temáticas raciais em seu discurso, sobretudo no que diz respeito ao modo como a negritude e aspectos a ela relacionados são abordados? De que modo a revista considera o seu destinatário ao longo desses anos? Por isso, são centrais as questões de representatividade, especificamente na forma que são abordados aspectos físicos da jovem negra; quais são os termos utilizados para fazer referência a ela; se há a presença de articulistas negras nos veículos analisados e de pessoas negras nas fotos e matérias da revista. O objetivo geral da pesquisa é analisar o discurso sobre a jovem negra e se, ao longo de dez anos, na revista Capricho, impressa entre 2012 e 2014, e em sua plataforma digital, até 2022, houve mudança nesse discurso e, havendo, como ela acontece. Os objetivos específicos são: a) analisar, no corpus, se ocorre e como ocorre a alteração na construção do interlocutor pressuposto; b) analisar a construção da identidade da jovem negra no corpus por meio de termos/expressões que fazem referências às suas características físicas; fotos e edição de matérias (disposição na página e cores utilizadas, por exemplo) de aspectos relacionados à beleza e ao comportamento desse grupo. Como um estudo qualitativo-interpretativo, feito por meio do cotejo entre os enunciados, este trabalho baseia-se na perspectiva discursiva de Bakhtin e do Círculo, especialmente nas noções de signo ideológico, no signo ideológico e no enunciado concreto; e baseia-se também nos estudos sobre as questões raciais – tendo ponto de partida que o racismo é estrutural e que, por isso, influencia o modo como o negro e a negritude são tratados nas esferas de atividades humanas. Como resultado, ao compararmos as revistas impressas e o site, notamos uma alteração ambivalente tanto da construção da identidade da jovem negra quanto da imagem do interlocutor, o que é visto nas temáticas relacionadas à beleza e na forma como aspectos sociais são abordados nesses dois momentos do corpus, por exemplo.