Dialogismo e construção da voz autoral na escrita do texto científico de jovens pesquisadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bessa, José Cezinaldo Rocha [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138181
Resumo: Na presente tese, objetivamos examinar diálogos que constituem o dizer do jovem pesquisador (no caso, o estudante de mestrado) na escrita de artigos científicos, procurando observar como esses diálogos participam da construção da voz autoral nessa escrita e como colaboram com a constituição do estudante de mestrado como sujeito/pesquisador. O trabalho assume como orientação teórico-metodológica central a teoria/análise dialógica do discurso, em diálogo com contribuições de Maingueneau e Authier-Revuz sobre discurso citado/reportado/representação do discurso outro, e com estudiosos da escrita científica em perspectiva retórica, enunciativa e discursiva, dentre os quais destacamos Swales (1990), Boch (2013), Boch e Grossmann (2002), Hyland (2001, 2005, 2011), Pollet e Piette (2002), Petrić (2007, 2012) e Rinck e Mansour (2013). Privilegiando o enfoque qualitativo e uma análise de natureza interpretativa, nosso trabalho contempla o exame de 10 artigos científicos de estudantes de mestrado da grande área de Letras e Linguística publicados em anais de um evento da ABRALIN. O corpus analisado aponta, dentre outros achados, que, na escrita do artigo científico, o jovem pesquisador constrói o seu dizer utilizando-se de diferentes estratégias de estabelecer diálogo com a palavra do outro, algumas das quais relevam um trabalho criativo complexo e produtivo de apropriação e assimilação dos dizeres dos autores citados, enquanto outras denunciam problemas relativos à manipulação inapropriada do dizer do outro e das fontes citadas. Nossas conclusões reforçam, sobretudo, a complexidade do citar na escrita científica e as dificuldades do sujeito jovem/pesquisador no processo de familiarização com convenções da esfera acadêmico-científica e com o discurso disciplinar.