Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Okubo, Juliana [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/190656
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Resumo: |
Drásticas mudanças climáticas, tectônicas, geoquímicas e bioevolutivas ocorreram ao final da Era Neoproterozoica e seu registro pode ser encontrado em diversas sucessões sedimentares ao redor do mundo. Uma dessas sucessões é a Formação Sete Lagoas, unidade carbonática basal do Grupo Bambuí, aflorante tanto na porção central e sul do Cráton do São Francisco. Considerando a extensa área de afloramento e grande continuidade estratigráfica desta unidade na região de Januária (norte de MG), este trabalho teve como objetivo definir a evolução sedimentar e paleoambiental da Formação Sete Lagoas a partir de uma abordagem sedimentológica, estratigráfica e geoquímica integrada, buscando compreender, por exemplo, variações nas condições redox, modificações no ciclo do carbono, temperatura da água e produtividade orgânica primária. Na área estudada, cinco associações de fácies foram definidas, da base para o topo: capa dolomítica (AF1), associação de carbonatos de perimaré (AF2), rampa carbonática influenciada por sismos (AF3), cordão oolítico litorâneo (AF4) e planície de maré dominada por microbialitos (AF5). Devido sua singularidade e importância no registro, duas sucessões distintas foram estudadas detalhadamente: os precipitados de fundo oceânico pertencente à capa dolomítica e a brecha intraformacional (flat-pebble breccia) nas porções basal e intermediária da unidade, respectivamente. Os precipitados de fundo oceânico são representados por leques carbonáticos (pseudomorfos de aragonita), barita e cimentos apatíticos autigênicos, estes últimos ineditamente descritos em contexto de capa carbonática. Devido à importância dos leques de barita na definição de idade (Marinoana) para os carbonatos de capa estudados, deu-se especial atenção ao estudo da origem (diagenética, hidrotermal ou metanogênica) deste mineral. A precipitação da capa carbonática com os leques de fundo oceânico (AF1) foi sucedida pela deposição de fácies de água rasa (AF2), compondo um ambiente no qual proliferaram os metazoários Cloudina e Corumbella associados à trombólitos e esteiras microbianas. Estes depósitos de perimaré foram sucedidos por brechas intraformacionais, interpretadas como flat-pebble breccia, formada por eventos de sismicidade que atingiram e modificaram substancialmente a arquitetura da plataforma carbonática (AF3). Dados de direção dos clastos alongados de AF3 e de paleocorrentes da AF4 indicam que a linha de costa original estava posicionada na direção NE-SW, com abertura oceânica para SE. Extensos depósitos de cordões oolíticos e estromatólitos dômicos (AF4) sucedidos por planícies de maré de clima árido com microbialitos (AF5) representam a última etapa de deposição da sucessão da Formação Sete Lagoas, precedendo o afogamento da plataforma carbonática representado pela deposição de pelitos da Formação Serra de Santa Helena. As associações de fácies interpretadas foram organizadas em três sequências deposicionais distintas, com expressivo espessamento de seção na direção E-NE, possivelmente relacionado a um aumento na taxa de subsidência nesta porção da bacia. Ao longo da sucessão carbonática, os valores isotópicos de Ccarb e Ocarb mostram uma excursão negativa na base passando para valores progressivamente mais positivos em direção ao topo. Os valores isotópicos de 34SCAS mostram co-variância com os valores de 13Ccarb, indicando que a pirita e o carbono orgânico foram oxidados e soterrados a uma mesma taxa. As concentrações de sulfato contido no carbonato (CAS – sigla em inglês) medidas mostram um pico de oxigenação na porção basal da unidade seguida por condições anóxicas, semelhante às estimativas anteriores do reservatório de sulfato em outras unidades do final do Ediacarano. |