Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Litvinov, Nadia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-28062024-170537/
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Resumo: |
As questões envolvendo a doação de órgãos e tecidos transitam por vários saberes dentre os quais podemos ressaltar a antropologia, a sociologia, psicologia, ética e filosofia. Historicamente, o desenvolvimento da técnica do transplante se consagrou na dependência de que o órgão ou tecido seria obtido através de uma doação que, no caso das CTH, pode ser realizada por um desconhecido ou por um doador relacionado familiarmente com o receptor. Neste estudo, fizemos um percurso sobre o tema da doação, partindo da história dos transplantes, passando pelo imaginário popular e em seguida pelos estudos científicos, mostrando que tanto o transplante quanto a doação de órgãos e tecidos estão inseridos em um contexto histórico e sociocultural de afloramento da ciência e da tecnologia que passam a ocupar um papel central na representação do corpo e no processo de saúde-doença da sociedade ocidental moderna. Para debater a temática, buscamos dentro da antropologia referencias sobre o corpo, que remete à noção de pessoa e se inscreve no simbólico e no social, e sobre o dom e o altruísmo, que vão analisar as motivações e as relações que se criam entre doadores e receptores. O atendimento ao doador configura um desafio que repousa principalmente em questões éticas e antropológicas envolvendo a autonomia na decisão de doar, o significado da doação e as questões relacionadas à corporeidade. Realizamos sete entrevistas narrativas que mostraram que os doadores relacionados se encontram em situação de grande vulnerabilidade emocional e são motivados principalmente pelo desejo de cura da criança ou adolescente doente. Para contemplar a complexidade do atendimento ao doador relacionado propomos um modelo baseado na noção de Cuidado e com enfoque hermenêutico da saúde que assume um caráter amplo e leva em consideração, além das competências técnicas, a dimensão histórica, social e ética do cuidado. Nesta, o doador e o cuidador são sujeitos, cada um com seus saberes, que estabelecendo um diálogo, vão elaborar uma intervenção cujo norte seja o projeto de felicidade do doador |