Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Zamoner, Welder |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154890
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Resumo: |
Introdução: A vancomicina é um antimicrobiano estratégico no tratamento de infecções graves por germes Gram positivos, que embora usado há mais de 60 anos ainda gera dúvidas quanto a sua eficácia e segurança. São escassos os estudos que avaliaram a monitorização de seu nível plasmático em pacientes sépticos e sua associação com desfechos clínicos, como desenvolvimento de lesão renal aguda (LRA) e óbito. Esse estudo tem por objetivo avaliar a prevalência de níveis séricos adequados, subterapêuticos e tóxicos de vancocinema em pacientes sépticos hospitalizados e associar a adequação da monitorização terapêutica com desfechos clínicos. Metodologia: Estudo de coorte unicêntrico que avaliou pacientes maiores de 18 anos em uso de vancomicina admitidos tanto em unidades de terapia intensiva (UTIs) quanto em enfermarias clínicas e cirúrgicas de um centro universitário brasileiro no período de 01 de agosto de 2016 a 31 de julho de 2017 de modo diário e ininterrupto. Foram excluídos pacientes com LRA prévia à introdução de vancomicina ou com desenvolvimento de LRA em menos de 48h após o seu uso, pacientes com LRA de outras etiologias, doentes renais crônicos estadio 5 e gestantes. Foram avaliados dois desfechos clínicos: desenvolvimento de LRA e óbito. Resultados: Foram avaliados 198 pacientes, sendo incluídos 63 pacientes críticos e 135 não críticos. Na população admitida em UTI, a dosagem de nível sérico de vancomicina foi realizada em 92% dos pacientes e destas, 58,7% estavam em nível tóxico. A prevalência de LRA foi de 44,4% e ocorreu, em média, no 6° dia de uso da vancomicina. Entre o 2° e o 4° dia, valor de vancocinemia acima de 17,53 mg/L mostrou-se preditor de LRA com área sob a curva de 0,806 (IC 95% 0,624-0,987, p=0,011) antecedendo o diagnóstico de LRA em pelo menos 2 dias. Desses pacientes, 46,03% evoluíram a óbito e as variáveis idade, níveis de vancocinemia entre os 2° e 4° dias de tratamento, taxa de filtração glomerular estimada e valor médio de PCR foram identificados como fatores de risco para óbito. Já na população admitida nas enfermarias clínicas e cirúrgicas, a dosagem de nível sérico de vancomicina foi realizada em 94,1% e destas, 59,3% apresentaram nível tóxico. A prevalência de LRA foi de 27,4% e ocorreu, em média, no 9º dia de uso da vancomicina. Entre o 4° e o 6° dia, valor de vancocinemia acima de 21,5 mg/L mostrou-se preditor de LRA com área sob a curva de 0,803 (IC 95% 0,625-0,98, p=0,005) antecedendo o diagnóstico de LRA em pelo menos 3 dias. Desses pacientes, 20,7% evoluíram a óbito e a presença de DM2, o uso de DVA e a níveis séricos de vancomicina entre o 4º e 6º dia de uso foram identificados como fatores de risco associados ao desfecho negativo. Conclusão: A vancocinemia é excelente preditora de LRA tanto em pacientes críiticos como em pacientes admitidos em enfermarias, antecedendo o diagnóstico da LRA em pelos menos 48h. Apesar de diretrizes recomendarem níveis terapêuticos entre 15 e 20mg/L, para pacientes em UTIs, os resultados desse estudo sugerem que o alvo da monitorização terapêutica deva ser entre 15 e 17,5mg/L. Ainda, os níveis séricos de vancomicina associaram-se ao óbito nas duas populações, porém após ajuste para as variáveis estatisticamente significantes pelo modelo de Cox, a única variável associada ao óbito foi a idade na população crítica e a vancocinemia acima de 21,5mg/dL na população não crítica. |