Impacto do nível sérico da vancomicina no prognóstico de pacientes sépticos admitidos em unidade de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Eid, Karina, Zanchetta Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152994
Resumo: A vancomicina é um antiobiótico chave no tratamento de infecções graves por germes gram positivos multirresistentes e deve ser administrada com segurança, buscando minimizar o risco de nefrotoxicidade e garantir a sua eficácia. Entretanto, são escassos os estudos que avaliaram a monitorização de seu nível plasmático e sua associação com desfechos clínicos, como desenvolvimento de lesão renal aguda (LRA) e óbito. OBJETIVO: Ao avaliar pacientes com sepse em uso de vancomicina admitidos em unidade de terapia intensiva (UTI), os objetivos deste estudo foram avaliar a prevalência de vancocinemia em níveis adequados, subterapêuticos e tóxicos e o impacto da adequação dos níveis séricos de vancomicina sobre a LRA e mortalidade precoce. METODOLOGIA: Estudo prospectivo observacional do tipo coorte de pacientes em uso de vancomicina admitidos em duas UTIs do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu de 01 de agosto de 2016 a 31 de julho de 2017 de modo diário e ininterrupto. RESULTADOS: Foram avaliados 189 pacientes, dos quais foram incluídos 63. Os principais motivos de admissão na UTI foram afecções pulmonares (52,4%) e pós-operatório (15,9%). LRA foi diagnosticada em 44,4% dos pacientes, sendo que a maioria foi classificada como LRA KDIGO III (46,4%). Os pacientes que desenvolveram LRA apresentaram, comparativamente àqueles sem LRA, maiores valores de creatinina basal, maior uso de diurético e de droga vasoativa e maior porcentagem de nível sérico tóxico. A regressão logística mostrou que o maior nível de vancocinemia entre os 2° e 4° dias foi preditor de LRA, antecedendo seu diagnóstico em pelo menos 48 horas (OR= 1,139, IC: 1,027-1,264, p = 0,01). A taxa de óbito foi de 46% e as variáveis idades, número de ajustes, níveis subterapêuticos e maiores níveis de vancocinemia entre os 2° e 4° dias de tratamento foram identificados como fatores de risco para óbito. CONCLUSÃO: Tanto os níveis subterapêuticos como os tóxicos de vancocinemia estão associados com os desfechos desfavoráveis LRA e óbito.