As faces da voz lírica na obra "Escuta", de Eucanaã Ferraz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Luz, Daniel Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244808
Resumo: Longo é o caminho traçado pelo poeta Eucanaã Ferraz até a obra Escuta (Companhia das Letras). Lançado em 2015 e ainda de pouca fortuna crítica, o volume carrega aspectos de um poeta amadurecendo principalmente a partir do legado de grandes nomes da geração de 45. A voz lírica na obra Escuta possui um olhar semelhante ao de uma câmera no cinema. As cenas cotidianas que ela observa e compõe, ora acompanhando o movimento dos indivíduos na paisagem, ora focando em um plano específico, transferem a ela cargas emotivas em diferentes tonalidades. A emoção, as tensões e inquietudes da voz lírica permitem a ela questionar sua própria existência e seu lugar no mundo. Seu olhar disperso contempla seres banais, ouve com atenção o que eles têm a dizer e dessa experiência passa a olhar o mundo de outra maneira. O ruim é inevitável quando se busca a alegria, nessas duas direções a escuta passa a ser a ação de estar atento mesmo quando o que está prestes a aparecer seja algo temível. O objetivo deste estudo é discutir o comportamento da voz lírica nessa obra do poeta, observar as faces que ela assume diante do mundo e do outro e o distanciamento emotivo que ela toma de ambos. Pretende-se analisar poemas e mapear, principalmente, as semelhanças entre essas vozes, pensando em como essas composições implicam no projeto estético do livro. A análise da estrutura dos poemas, do ritmo, dos níveis sonoro, sintático e semântico terá como aporte teórico fundamental as obras de Antonio Candido, O estudo analítico do poema e Na sala de aula, e as de Octavio Paz, O ritmo e A imagem. Os estudos de Adorno (2003), Combe (2010) e Collot (2006 e 2013) servirão de apoio para a bibliografia sobre subjetividade e lirismo.